A Troca Informacional Entre O Modelo Fisiológico De Organismo E Concepções De Organização Político-Social

É possível apreender o que relaciona ciência e política, saber e poder, compondo com tais domínios o segundo par: técnica e vida. O científico, o político, o tecnológico e o vital são quatro referenciais de cuja natureza, hoje como há longa data, uma análise resulta insuficiente quando crê retirá-los dos processos produtivos que os fazem fundamentalmente correlatos.


A identificação do traço distintivo de uma filosofia da ciência que leve em conta tal situação de interdependência remete à maneira pela qual ela opera o trânsito conceitual entre as áreas, maneira pela qual aloca em sua compreensão os movimentos de “importação”, “transferência”, “migração”, “evicção” de conceitos, para utilizar alguns termos canguilhemeanos, e de como compreende o uso de modelos de analogia e homologia em que tais podem ser veiculados.
Até os primeiros anos do século presente, no Brasil, a obra de Georges Canguilhem (1904-1995) fora mais interpretada por estudiosos instalados originalmente na área da saúde do que por aqueles em primeiro lugar tributários de uma perspectiva histórica da filosofia.
Prevalecera desse modo um recorte, por vezes não pouco estreito, das possibilidades de debate acerca de seus livros, artigos e conferências, lidos até então sob o viés técnico do clínico, especialmente o viés psiquiátrico. A primeira edição brasileira de Études d’Histoire et de Philosophie des Sciences data de 2012. Em conjunto com a tradução de Connaissance de la Vie, publicada no mesmo ano pela Editora Forense (Coleção “Episteme – Política, História – Clínica”), o seu aparecimento no mercado editorial brasileiro configura uma espécie de tardia confirmação de interesse, exemplificada e amplificada nos comentários acadêmicos.
Antes disso, tinha-se apenas a tradução brasileira da tese de doutoramento, Le Normal et le Pathologique (com posfácio de Pierre Macherey, apresentação de Louis Althusser e o acréscimo das “Novas Reflexões”), somada à tradução dos artigos compilados em Écrits sur la Medecine, ambas publicadas pela primeira vez no ano de 2005.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

A Troca Informacional Entre O Modelo Fisiológico De Organismo E Concepções De Organização Político-Social

É possível apreender o que relaciona ciência e política, saber e poder, compondo com tais domínios o segundo par: técnica e vida. O científico, o político, o tecnológico e o vital são quatro referenciais de cuja natureza, hoje como há longa data, uma análise resulta insuficiente quando crê retirá-los dos processos produtivos que os fazem fundamentalmente correlatos.
A identificação do traço distintivo de uma filosofia da ciência que leve em conta tal situação de interdependência remete à maneira pela qual ela opera o trânsito conceitual entre as áreas, maneira pela qual aloca em sua compreensão os movimentos de “importação”, “transferência”, “migração”, “evicção” de conceitos, para utilizar alguns termos canguilhemeanos, e de como compreende o uso de modelos de analogia e homologia em que tais podem ser veiculados.
Até os primeiros anos do século presente, no Brasil, a obra de Georges Canguilhem (1904-1995) fora mais interpretada por estudiosos instalados originalmente na área da saúde do que por aqueles em primeiro lugar tributários de uma perspectiva histórica da filosofia.
Prevalecera desse modo um recorte, por vezes não pouco estreito, das possibilidades de debate acerca de seus livros, artigos e conferências, lidos até então sob o viés técnico do clínico, especialmente o viés psiquiátrico. A primeira edição brasileira de Études d’Histoire et de Philosophie des Sciences data de 2012. Em conjunto com a tradução de Connaissance de la Vie, publicada no mesmo ano pela Editora Forense (Coleção “Episteme – Política, História – Clínica”), o seu aparecimento no mercado editorial brasileiro configura uma espécie de tardia confirmação de interesse, exemplificada e amplificada nos comentários acadêmicos.
Antes disso, tinha-se apenas a tradução brasileira da tese de doutoramento, Le Normal et le Pathologique (com posfácio de Pierre Macherey, apresentação de Louis Althusser e o acréscimo das “Novas Reflexões”), somada à tradução dos artigos compilados em Écrits sur la Medecine, ambas publicadas pela primeira vez no ano de 2005.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog