Pensar Nagô

Muniz Sodré - Pensar Nagô

Na contracorrente dos protofascismos emergentes, Pensar Nagô é um convite ao encontro transcultural e não violento entre modos diversos de crer, existir e pensar.

Muniz Sodré formula aqui a hipótese de uma filosofia que começa na cozinha da casa em vez de nos desvãos celestes da metafísica.

Esta é a perspectiva de um modo afro, de uma forma intensiva de existência com processos filosóficos próprios. Afro designa a especificidade de processos que assinalam tanto diferenças quanto possíveis analogias para com os modos europeus.

Buscando descolonizar o pensamento, Pensar Nagô é um novo lance de abertura no xadrez dos estudos brasileiros.

Pensar Nagô busca, com sutileza, desvelar o envoltório religioso de cultos afros, os quais são imantados por filosofia existencial vivida. Muniz Sodré destaca que a filosofia não é uma exclusividade do pensamento ocidental europeu, mas de maneira restritiva confinou as concepções filosóficas aos intramuros acadêmicos, através da sistematização teórica do pensamento.

Sodré desloca “a voz ativa dos sujeitos de pensamento para a voz média dos sujeitos-objetos do ato de pensarvivendo (e não viver pensando)”. Dessa forma, amplia a possibilidade de compreender o pensamento filosófico no campo das vivências litúrgicas.

Ao lançar o olhar sobre a diáspora africana, Muniz Sodré trilha sobre o chão dos terreiros, cujos caminhos nos direcionam à interpretação dos significados existenciais do pensamento nagô, percebendo-os como continuidade da Arkhé africana.

Os ritmos, sons, timbres, compassos, são signos das latências das memórias, assentadas sobre os corpos em movimento, que celebram o mítico, fortalecendo o sentido de pertencimento a um princípio fundador. Assim, o autor expõe a pertinência do passado comum como forma de resistência para os sujeitos da diáspora.

Para Sodré, a filosofia da linguagem rege os signos, possui os corpos e dá significados à temporalidade, situando o ser em um todo contínuo, indivisível de seu destino.

Ao fiar o espaço da diáspora com sons, danças, objetos, memórias, orixás e eguns, Sodré se propõe a ver nesses espaços “o que todo mundo viu”, Contudo pensando “o que ninguém pensou”, ou seja, uma filosofia genuinamente africana experienciada pelos sujeitos nos espaços litúrgicos.

https://b-ok.cc/book/5066805/17bdc9

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Muniz Sodré – Pensar Nagô

Na contracorrente dos protofascismos emergentes, Pensar Nagô é um convite ao encontro transcultural e não violento entre modos diversos de crer, existir e pensar.

Muniz Sodré formula aqui a hipótese de uma filosofia que começa na cozinha da casa em vez de nos desvãos celestes da metafísica.

Esta é a perspectiva de um modo afro, de uma forma intensiva de existência com processos filosóficos próprios. Afro designa a especificidade de processos que assinalam tanto diferenças quanto possíveis analogias para com os modos europeus.

Buscando descolonizar o pensamento, Pensar Nagô é um novo lance de abertura no xadrez dos estudos brasileiros.

Pensar Nagô busca, com sutileza, desvelar o envoltório religioso de cultos afros, os quais são imantados por filosofia existencial vivida. Muniz Sodré destaca que a filosofia não é uma exclusividade do pensamento ocidental europeu, mas de maneira restritiva confinou as concepções filosóficas aos intramuros acadêmicos, através da sistematização teórica do pensamento.

Sodré desloca “a voz ativa dos sujeitos de pensamento para a voz média dos sujeitos-objetos do ato de pensarvivendo (e não viver pensando)”. Dessa forma, amplia a possibilidade de compreender o pensamento filosófico no campo das vivências litúrgicas.

Ao lançar o olhar sobre a diáspora africana, Muniz Sodré trilha sobre o chão dos terreiros, cujos caminhos nos direcionam à interpretação dos significados existenciais do pensamento nagô, percebendo-os como continuidade da Arkhé africana.

Os ritmos, sons, timbres, compassos, são signos das latências das memórias, assentadas sobre os corpos em movimento, que celebram o mítico, fortalecendo o sentido de pertencimento a um princípio fundador. Assim, o autor expõe a pertinência do passado comum como forma de resistência para os sujeitos da diáspora.

Para Sodré, a filosofia da linguagem rege os signos, possui os corpos e dá significados à temporalidade, situando o ser em um todo contínuo, indivisível de seu destino.

Ao fiar o espaço da diáspora com sons, danças, objetos, memórias, orixás e eguns, Sodré se propõe a ver nesses espaços “o que todo mundo viu”, Contudo pensando “o que ninguém pensou”, ou seja, uma filosofia genuinamente africana experienciada pelos sujeitos nos espaços litúrgicos.

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