Experiência De Doença E Narrativa

Os textos aqui apresentados refletem um percurso de estudos e debates, realizados ao longo dos últimos quatro anos pelo Núcleo de Estudos em Ciências Sociais e Saúde (ECSAS) da Universidade Federal da Bahia.

Em grande medida, consistem em ensaios de caráter antropológico com base fenomenológica, abordagem que vem ganhando corpo na antropologia contemporânea, particularmente na antropologia médica.
É importante enfatizar que os textos aqui reunidos foram produzidos em momentos distintos. Refletem, portanto, um processo de exploração de novas alternativas analíticas, marcado, é claro, por algumas reformulações conceituais e metodológicas. Há, sem dúvida, um núcleo de questões centrais que, em cada capítulo, são esboçadas, desenvolvidas e retomadas sob diferentes ângulos e com base na análise de dados diversos. Esta introdução procura justamente identificar tais questões: nosso objetivo é apontar alguns dos princípios metateóricos, de caráter quase 'filosófico', que animaram as pesquisas desenvolvidas e inspiraram os procedimentos metodológicos que deram corpo aos trabalhos apresentados.
O elemento unificador da coletânea é, em primeiro lugar, o conceito de experiência. De modo mais geral, expressa uma preocupação em problematizar e compreender como os indivíduos vivem seu mundo, o que nos remete às idéias de consciência e subjetividade, mas também, e especialmente, de intersubjetividade e ação social. Problematizar a idéia de experiência significa assumir que a maneira como os indivíduos compreendem e se engajam ativamente nas situações em que se encontram ao longo de suas vidas não pode ser deduzida de um sistema coerente e ordenado de idéias, símbolos ou representações. "O conhecimento através do qual se vive não é necessariamente idêntico ao conhecimento através do qual se explica a vida", observa Jackson. O caráter fluido, multifacetado e, sobretudo, indeterminado da experiência escapa tanto aos cientistas sociais, que buscam decifrar códigos operantes subjacentes às práticas, quase sempre de modo inconsciente, quanto àqueles que explicam as práticas pelas idéias ou representações expressas a posteriori pelos atores.

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Os textos aqui apresentados refletem um percurso de estudos e debates, realizados ao longo dos últimos quatro anos pelo Núcleo de Estudos em Ciências Sociais e Saúde (ECSAS) da Universidade Federal da Bahia. Em grande medida, consistem em ensaios de caráter antropológico com base fenomenológica, abordagem que vem ganhando corpo na antropologia contemporânea, particularmente na antropologia médica.
É importante enfatizar que os textos aqui reunidos foram produzidos em momentos distintos. Refletem, portanto, um processo de exploração de novas alternativas analíticas, marcado, é claro, por algumas reformulações conceituais e metodológicas. Há, sem dúvida, um núcleo de questões centrais que, em cada capítulo, são esboçadas, desenvolvidas e retomadas sob diferentes ângulos e com base na análise de dados diversos. Esta introdução procura justamente identificar tais questões: nosso objetivo é apontar alguns dos princípios metateóricos, de caráter quase ‘filosófico’, que animaram as pesquisas desenvolvidas e inspiraram os procedimentos metodológicos que deram corpo aos trabalhos apresentados.
O elemento unificador da coletânea é, em primeiro lugar, o conceito de experiência. De modo mais geral, expressa uma preocupação em problematizar e compreender como os indivíduos vivem seu mundo, o que nos remete às idéias de consciência e subjetividade, mas também, e especialmente, de intersubjetividade e ação social. Problematizar a idéia de experiência significa assumir que a maneira como os indivíduos compreendem e se engajam ativamente nas situações em que se encontram ao longo de suas vidas não pode ser deduzida de um sistema coerente e ordenado de idéias, símbolos ou representações. “O conhecimento através do qual se vive não é necessariamente idêntico ao conhecimento através do qual se explica a vida”, observa Jackson. O caráter fluido, multifacetado e, sobretudo, indeterminado da experiência escapa tanto aos cientistas sociais, que buscam decifrar códigos operantes subjacentes às práticas, quase sempre de modo inconsciente, quanto àqueles que explicam as práticas pelas idéias ou representações expressas a posteriori pelos atores.

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