À Margem Do Cinema Português

O projeto de investigação À Margem do Cinema Português explorou o cinema produzido por realizadores afrodescendentes em Portugal a partir dos anos 2000.

O projeto de investigação À Margem Do Cinema Português enquadrou-se nas iniciativas do Grupo de investigação “Correntes artísticas e movimentos intelectuais” do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra ao longo do ano de 2019. Tal grupo tem reconhecida atuação no campo dos estudos fílmicos, nomeadamente no campo da história do cinema, onde o presente projeto se inseriu.

A linha geral do grupo “orienta as suas investigações para as condições de afirmação de correntes artísticas e de movimentos intelectuais, implicados em processos de produção de imaginários políticos e de reconfiguração social. O Grupo valoriza as ocorrências portuguesas do século XX e já agora também do século XXI, acompanha as transformações conceituais e políticas da cultura, analisa as redes de intercâmbios com correntes artísticas e movimentos intelectuais de outras proveniências, estuda a inscrição das circunstâncias portuguesas nas grandes mutações contemporâneas e desenvolve o trabalho teórico necessário para pensar a in-atualidade do presente.”

Dessa forma, como investigadores da história do cinema, entendemos a necessidade de estudos sobre o que está a ser produzido numa certa margem do cinema português contemporâneo, questionando inclusive a própria ideia de produção periférica ou marginal, uma vez que grande parte dos filmes que aqui trazemos consolida, em torno dos próprios filmes e de seus realizadores, novos “centros” de ativação cultural, deslocando as velhas (novas) relações entre centro-periferia.

De forma geral, este projeto de investigação teve como interesse central a inclusão historiográfica no cinema português dos filmes produzidos por portugueses afrodescendentes nos últimos anos, nomeadamente a partir do ano 2000 e a reflexão cultural sobre a existência do cinema negro português. Pensar uma produção periférica num contexto fortemente institucionalizado como é o campo cinematográfico português produz per se reverberações políticas no campo do cinema. Não é fácil separar aquilo que fazemos como investigação daquilo que propõe um intelectual ativista antirracista, por exemplo.

Entendemos que a disputa pela inclusão historiográfica de filmes feitos por realizadores afrodescendentes faz parte de uma ampla luta histórica e social pela visibilidade do racismo estrutural no campo cultural português (mas não só) e pela inclusão identitária de grupos étnicos minoritários, tão importantes na constituição do tecido social de um país multirracial como é Portugal.

Apontamos nesta investigação, que aqui encontra seus desdobramentos, a maneira com a qual tal produção cinematográfica persiste numa certa marginalidade institucional do campo cinematográfico português canônico, uma vez que grande parte destes filmes configuram produções independentes, por vezes levadas a cabo sem financiamento ou esquemas formais de produção, circulação e distribuição cinematográfica.

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O projeto de investigação À Margem do Cinema Português explorou o cinema produzido por realizadores afrodescendentes em Portugal a partir dos anos 2000.

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A linha geral do grupo “orienta as suas investigações para as condições de afirmação de correntes artísticas e de movimentos intelectuais, implicados em processos de produção de imaginários políticos e de reconfiguração social. O Grupo valoriza as ocorrências portuguesas do século XX e já agora também do século XXI, acompanha as transformações conceituais e políticas da cultura, analisa as redes de intercâmbios com correntes artísticas e movimentos intelectuais de outras proveniências, estuda a inscrição das circunstâncias portuguesas nas grandes mutações contemporâneas e desenvolve o trabalho teórico necessário para pensar a in-atualidade do presente.”

Dessa forma, como investigadores da história do cinema, entendemos a necessidade de estudos sobre o que está a ser produzido numa certa margem do cinema português contemporâneo, questionando inclusive a própria ideia de produção periférica ou marginal, uma vez que grande parte dos filmes que aqui trazemos consolida, em torno dos próprios filmes e de seus realizadores, novos “centros” de ativação cultural, deslocando as velhas (novas) relações entre centro-periferia.

De forma geral, este projeto de investigação teve como interesse central a inclusão historiográfica no cinema português dos filmes produzidos por portugueses afrodescendentes nos últimos anos, nomeadamente a partir do ano 2000 e a reflexão cultural sobre a existência do cinema negro português. Pensar uma produção periférica num contexto fortemente institucionalizado como é o campo cinematográfico português produz per se reverberações políticas no campo do cinema. Não é fácil separar aquilo que fazemos como investigação daquilo que propõe um intelectual ativista antirracista, por exemplo.

Entendemos que a disputa pela inclusão historiográfica de filmes feitos por realizadores afrodescendentes faz parte de uma ampla luta histórica e social pela visibilidade do racismo estrutural no campo cultural português (mas não só) e pela inclusão identitária de grupos étnicos minoritários, tão importantes na constituição do tecido social de um país multirracial como é Portugal.

Apontamos nesta investigação, que aqui encontra seus desdobramentos, a maneira com a qual tal produção cinematográfica persiste numa certa marginalidade institucional do campo cinematográfico português canônico, uma vez que grande parte destes filmes configuram produções independentes, por vezes levadas a cabo sem financiamento ou esquemas formais de produção, circulação e distribuição cinematográfica.

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