Um Olhar Sociológico Sobre A Criança E O Brincar
– Este livro da Professora Mércia Maria de Santi Estácio analisa o espaço e o tempo do brincar em uma Escola Pública da cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. Para fazer seus estudos, antes de tudo, a autora, inserida como pesquisadora, buscou mostrar o lugar do brincar na educação, o qual é apresentado propositivamente já na Introdução como “uma atividade/necessidade humana que apresenta a forte presença dos processos subjetivos”.
Com essa perspectiva, diríamos transdisciplinar, a escritora faz sua interpretação sociológica, pedagógica e cultural desse lugar do brincar nas sociedades ocidentais. Assim, do lugar do brincar impresso em sua subjetividade como educadora física ela se situa na escola campo de pesquisa e de lá retorna como uma brincante do tempo histórico e social, para os mundos do brincar pensados e imaginados por autores clássicos da educação, como Aníbal Ponce, Walter Benjamim, Jean-Jacques Rousseau e Paulo Freire, entre outros.
A autora ao assumir essa dimensão histórica, cultural e social de sua temática de estudos a reconhece nas preocupações educativas de inúmeros pensadores da atualidade, mas não se limita a esses, e vai em busca de uma estética para suas reflexões. Desse modo, permite que a arte que ilustra a vida embeleze seu livro, rica e emocionalmente, com imagens derivadas das artes plásticas e da fotografia. Essa postura ratifica o que diz o professor José Willington Germano: “o mundo da ciência pode ser mais poético e menos prosaico; pode ter mais leveza e, assim, mais beleza, se fizermos a opção pelo diálogo com a literatura e a arte.”
O título da dissertação da qual resultou este livro: “Um olhar sociológico sobre a criança e o brincar: espaço e tempo de construção, reinvenção e aprendizagem,” sugere de forma sinóptica a intencionalidade precípua de seu trabalho. Ao mesmo tempo demonstra para onde, para quê e para quem se dirigem suas interpretações e esforços intelectuais. A análise histórica empreendida reforça isso e chega à escola analisada com uma bagagem teórica e metodológica importante e capaz de conduzir para apreender ali, as presenças e ausências vinculadas ou planejadas pedagogicamente para o brincar como atividade/necessidade humana. É, dessa maneira, que suas buscas cognitivas remetem ao não posicionamento de práticas educativas voltadas direta e sistematicamente para o espaço/tempo do brincar como modos de ensinagem e de aprendizagem, nesta escola.
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