Este romance é um retrato dramático e fascinante da luta revolucionária vista a partir da ótica familiar e do mundo dos trabalhadores. Está baseado em fatos reais ocorridos nas fábricas de Sormovo, na Rússia, em que o operário Pavel Vlassov, militante revolucionário, e sua mãe, Pelagueia Nilovna, são protagonistas das manifestações do “1º de Maio” de 1902.

Pélagué Nilovna vive na efervescente Rússia pré-revolução. Seu filho, Pavel, operário de uma fábrica, entende que seu tempo exige uma mudança social profunda, o que se apresenta a ele muito cedo.

O jovem se aproxima do movimento revolucionário e acaba sendo deportado. Quando isso acontece, sua mãe, que vinha se alinhando aos ideais que motivavam o filho, toma sua parte na luta, em um exercício de força, empatia e humanidade.

Uma das obras mais fundamentais da literatura russa, A mãe faz de Górki o romancista de uma nova era, vislumbrada a partir de sua própria experiência.

Máximo Górki escreveu A mãe, em 1907, atormentado por fatos reais: no feriado do Dia do Trabalho, em 1902, tropas czaristas investiram contra as massas trabalhadoras e reprimiram fortemente suas manifestações em Sormovo, um dos distritos que compõem Níjni Novgorod, cidade natal do escritor situada a pouco mais de quatrocentos quilômetros a leste de Moscou.

Do ventre da consciência e da luta de classes — a consciência atiçada em brasa pela exploração econômica e pela repressão política —, é gestada a trama do romance, que nos apresenta Pélagué Nilovna, a mãe, e Pavel, seu filho, como personagens e partícipes do movimento operário, que, hoje sabemos, contribuiria decisivamente, uma década mais tarde, para a derrubada do czar Nicolau II (1868-1918), com a Revolução de Fevereiro de 1917, e para a ascensão ao poder dos comunistas liderados por Vladimir Lênin (1870-1924), com a Revolução Bolchevique, ocorrida oito meses depois.

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