Na Órbita Do Imaginário

Na Órbita Do Imaginário nasce das inquietações acerca da produção do espaço edificado neste tempo em que é sempre crescente a presença da comunicação eletroeletrônica, para a qual as distâncias — fator limitante do espaço físico — deixaram de existir.


Alimentado pelo pensamento inquietante de Vilém Flusser, Ivan Bystrina, Vicente Romano, Hans Belting, Harry Pross, James Hillman, Edgar Morin, Norval Baitello Jr, Malena Contrera e, especialmente, Dietmar Kamper, este texto busca refletir as implicações do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, sobretudo aquelas dedicadas à produção e disseminação de imagens sobre o corpo entendido em sentido lato, isto é, não limitado à estrutura físico-biológica, mas sim compreendido em sua dimensão antropológica e histórica, na qual se inclui o espaço, a partir de seus aspectos simbólicos ou culturais.
Os autores mencionados trazem, além da contribuição específica inerente a seus escritos, o traço comum de uma visão deslocada dos princípios já amplamente aceitos acerca da Teoria da Informação e da Teoria da Comunicação, focadas no estudo dos meios de comunicação. Desse modo, ao estabelecer foco no corpo espacial, o que se propõe é a compreensão do que ocorre nas extremidades do sistema comunicacional.
A dificuldade inerente a esta empreita reside no fato de deslocarmos o centro das atenções do meio para as extremidades, perdendo-se o referencial lógico e matemático constituído por uma ciência estabelecida a partir das leis da física com vistas à resolução de problemas cuja natureza aponta para a engenharia, para que seja fundado o raciocínio a partir da lógica inerente aos processos regidos pelas leis da cultura.
Em lugar da certeza do cálculo, constata-se a incerteza inerente aos processos em que cada polo contém, em si, seu próprio oposto. Assim, diferentemente da condição invariante proposta para emissor e receptor no modelo cibernético de Wiener ou do foco nos mídia como elemento singular do processo, trabalhamos com a compreensão de que os processos comunicacionais constituem-se de indivíduos a partir dos quais se estabelecem vínculos cuja natureza é transpassada pelos símbolos culturais.
Portanto, em lugar do emissor ou do receptor determinístico, ou seja, fundamentalmente vinculado à posição de emitir ou receber, a constatação de que os extremos são ocupados por pessoas e suas idiossincrasias, constituídas pelo amálgama biológico-cultural em toda a sua complexidade física e simbólica, leva-nos a compreender a sentença proferida por Baitello Jr.: “a comunicação é um processo probabilístico”.

  

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Na Órbita Do Imaginário

Na Órbita Do Imaginário

nasce das inquietações acerca da produção do espaço edificado neste tempo em que é sempre crescente a presença da comunicação eletroeletrônica, para a qual as distâncias — fator limitante do espaço físico — deixaram de existir.
Alimentado pelo pensamento inquietante de Vilém Flusser, Ivan Bystrina, Vicente Romano, Hans Belting, Harry Pross, James Hillman, Edgar Morin, Norval Baitello Jr, Malena Contrera e, especialmente, Dietmar Kamper, este texto busca refletir as implicações do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, sobretudo aquelas dedicadas à produção e disseminação de imagens sobre o corpo entendido em sentido lato, isto é, não limitado à estrutura físico-biológica, mas sim compreendido em sua dimensão antropológica e histórica, na qual se inclui o espaço, a partir de seus aspectos simbólicos ou culturais.
Os autores mencionados trazem, além da contribuição específica inerente a seus escritos, o traço comum de uma visão deslocada dos princípios já amplamente aceitos acerca da Teoria da Informação e da Teoria da Comunicação, focadas no estudo dos meios de comunicação. Desse modo, ao estabelecer foco no corpo espacial, o que se propõe é a compreensão do que ocorre nas extremidades do sistema comunicacional.
A dificuldade inerente a esta empreita reside no fato de deslocarmos o centro das atenções do meio para as extremidades, perdendo-se o referencial lógico e matemático constituído por uma ciência estabelecida a partir das leis da física com vistas à resolução de problemas cuja natureza aponta para a engenharia, para que seja fundado o raciocínio a partir da lógica inerente aos processos regidos pelas leis da cultura.
Em lugar da certeza do cálculo, constata-se a incerteza inerente aos processos em que cada polo contém, em si, seu próprio oposto. Assim, diferentemente da condição invariante proposta para emissor e receptor no modelo cibernético de Wiener ou do foco nos mídia como elemento singular do processo, trabalhamos com a compreensão de que os processos comunicacionais constituem-se de indivíduos a partir dos quais se estabelecem vínculos cuja natureza é transpassada pelos símbolos culturais.
Portanto, em lugar do emissor ou do receptor determinístico, ou seja, fundamentalmente vinculado à posição de emitir ou receber, a constatação de que os extremos são ocupados por pessoas e suas idiossincrasias, constituídas pelo amálgama biológico-cultural em toda a sua complexidade física e simbólica, leva-nos a compreender a sentença proferida por Baitello Jr.: “a comunicação é um processo probabilístico”.

  

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog