
A Coleção Tessituras do Cerrado demonstra sua importância a partir de mais um volume, que pioneiramente é apresentado como e-book, resultado do II Simpósio Nacional Saberes e Expressões Culturais no Cerrado: territórios e manifestações populares (SINASEC), também uma ação do mestrado acadêmico interdisciplinar em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Devoção, Arte E Territórios foi o título escolhido para o e-book que reúne vários mestrandos e professores do TECCER a uma gama de pesquisadores de diversas outras Instituições de Ensino Superior e da Educação Básica, integrantes de múltiplos Grupos de Pesquisas que, com devoção e arte delimitam e ampliam novos territórios da reflexão a partir de distintas linhas temáticas, que abordam teorias e metodologias fundamentadas que visam difundir possibilidades diferentes de reflexões sobre a tríade que intitula a publicação.
A relevância da publicação de Devoção, Arte E Territórios pode ser percebida pelo esforço autoral dispensado a cada texto, tanto pelo objeto de reflexão quanto pelo alcance teórico, caráter inovador da contribuição, o que colabora em muito para a difusão, por meio da circulação do e-book, no meio acadêmico ou por outros territórios.
A primeira parte nomeada: Vivências religiosas e representações da cultura popular traz vários textos que abordam as festas e as religiosidades populares demonstrando o lugar expressivo que esses temas ocupam no âmbito das pesquisas acadêmicas em diferentes áreas das Ciências Humanas e Sociais. Eles abordam uma gama muito variada de aspectos que envolvem a complexidade do universo religioso que pode ser lido por meio da elaboração de ritos, símbolos e crenças; da relação entre o sagrado e o profano e das diversas formas de ressignificação cultural porque passam muitas crenças e práticas sociais como as festas religiosas, dentre elas a Festa do Divino Espírito Santo e as Festas do Divino Pai Eterno.
As práticas culturais dos povos indígenas também estão contempladas no segundo eixo intitulado História, literatura e expressões artísticas no/do Cerrado, trazendo para o debate aspectos relevantes que contemplam não apenas as formas como os indígenas foram representados na literatura dos viajantes e também nas narrativas de museus, mas também em pesquisas que consideram o protagonismo desses povos na reflexão sobre a sua história e práticas culturais envolvendo escola e comunidade, como é o caso da escola indígena Julá Paré.
Por fim, o último eixo da publicação, denominado Planejamento Territorial, práticas urbanísticas e impactos socioambientais reúne textos que abordam as contradições que resultam de processos produtivos como a grande indústria de extração mineral e a produção sucroalcoeira em Goiás e provocam vulnerabilidades territoriais nas esferas econômica, social e ambiental.
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