
A Origem Da Obra De Arte é um ensaio publicado pela primeira vez em 1950 e fruto de três conferências realizadas por Heidegger em 1936.
Este ensaio de pensamento aborda a natureza da obra de arte, se propondo na explicação desse fenômeno a partir da compreensão da sua origem primeira.
Heidegger explica a origem da obra de arte recorrendo à dissecação de várias palavras presentes ao longo da obra , tais como: coisa, verdade, arte poesia, devolvendo a essas palavras o seu sentido mais radical, de modo que o próprio fenômeno analisado ganhe visibilidade através delas.
Ao longo do seu ensaio Heidegger chega à conclusão de que a essência da obra de arte é a poesia e a essência desta é a “verdade”. Para Heidegger verdade, ou melhor, aquilo que faz da verdade o que ela é, se traduz como um acontecimento histórico desde o qual o mundo de um povo se revela.
A verdade assim compreendida por Heidegger é uma retomada do fenômeno que o grego antigo denominou “alethéia” – fenômeno desde o qual o ser ( dos homens e das coisas) vêm à tona e ganha significado.
Verdade que assim nos reporta para o próprio acontecimento do mundo. Ora, se a verdade assim compreendida se mostra como a essência da Poesia, essa não pode ser compreendida como um gênero literário, pois, Poesia para Heidegger é antes o movimento desde o qual às coisas surgem, é o movimento de produção desde onde acontece à desocultação do ente fazendo com que este ganhe corpo e significado.
No início da obra, Heidegger diz que a obra nasce com a atividade do artista e este só é considerado desta maneira à medida que cria a obra. É também a obra criada que permite que o artista seja denominado dessa forma. Eles têm uma relação de co-pertinência.
