
O livro Experiências E Reflexões Sobre A Educação De Línguas Adicionais representa o esforço de professores e pesquisadores vinculados ao grupo de estudos Ensino de Línguas para Fins Específicos, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), para alinhar-se ao crescente movimento de valorização da educação de línguas adicionais no Brasil.
É um movimento que tem como marcos expressivos, por exemplo, a divulgação da Carta de Florianópolis, no I Encontro Nacional de Política de Ensino de Línguas (I ENPLE), promovido pela Associação Brasileira de Linguística Aplicada (ALAB) em que se defende o aprendizado de línguas estrangeiras como um dos mecanismos de garantia ao direito da cidadania plena, e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que obriga a inclusão nos currículos da educação básica o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna.
Recentemente, reforça esse movimento a Portaria Ministerial 973, de 14 de novembro de 2014, que institui o Programa Idiomas sem Fronteiras, que agrega ao movimento o ensino-aprendizagem de português para falantes de outras línguas.
Como lembra Tsui, até recentemente, o professor de línguas adicionais era considerado um profissional cuja formação se baseava em habilidades, adquiridas, muitas vezes, na própria prática de sala de aula. Portanto, não se considerava como uma profissão de base teórica. A emergência da linguística aplicada, na década de 60, muda o cenário ao focar a sua atenção nos modos como teorias de descrição e uso e de desenvolvimento linguístico podem solucionar questões concretas no contexto da educação de línguas adicionais.
E é pelo caminho da formação e atuação de professores de línguas estrangeiras que se dá o primeiro passo nesta coletânea, com o texto Duas esferas da atuação de professores de línguas: domínio da língua-alvo e gestão do ensino nela realizado, de José Carlos Paes de Almeida Filho, em que defende que o planejamento e a execução de aulas em línguas estrangeiras devem ser orientados para fins específicos, propondo efetivamente conjuntos de orientações para a criação de planos de aulas e materiais didáticos.
Ainda sobre a formação de professores, mas circunscrita no âmbito da língua francesa, Aldenice Couto, em A (re)construção de identidades de professores em formação no curso de letras português/francês, utiliza-se da teoria das identidades sociais no domínio da contemporaneidade para investigar os modos como graduandos em Letras, futuros professores de francês como língua estrangeira, têm a percepção de suas identidades influenciada pelo contato com a nova língua e com as realidades que ela agrega.











