
Direitos Indígenas No Museu trata de questões das políticas públicas, aborda as práticas em museus e estudos voltados à instituição museal como realidade empírica; pesquisas de coleções e/ou que envolvem a cultura material ou a imaterialidade, incluindo métodos colaborativos e crítica ao discurso sobre os indígenas; finalizando com atenção aos museus indígenas pela visão de não indígenas.
Recebidos os artigos dos convidados a compor este livro e considerando a diversidade de contribuições, a sequência dos textos seguiu o critério “da perspectiva maior à mais específica”.
Assim, e sem organizar a obra em partes, iniciamos com questões das políticas públicas, seguimos pela abordagem das práticas em museus e por estudos voltados à instituição museal como realidade empírica; detivemo-nos nas pesquisas de coleções e/ou que envolvem a cultura material ou a imaterialidade, incluindo métodos colaborativos e crítica ao discurso sobre os indígenas; finalizamos com atenção aos museus indígenas pela visão de não indígenas.
Direitos Indígenas No Museu se fecha com uma experiência internacional já consolidada. No Canadá, segundo Jean Tanguay em seu artigo “Politique, représentation et dialogue aux Musées de la civilisation: Premiers Peuples et muséologie autochtone au Québec” (com tradução para o português), há uma museologia indígena referendada após a Conferência Nacional de Ottawa.
Tanguay nos informa que após a Conferência articulou-se um projeto importante impulsionado pelo grupo de trabalho sobre os museus e as Primeiras Nações que propôs uma agenda de ação e estratégia ética “que permitam aos indígenas e às instituições culturais trabalhar em conjunto para melhor representar a história e as culturas dos Primeiros Povos”.
Bem, é essa missão que o Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus abraçou para si, com o apoio do Seminário Museus, Identidades e Patrimônio Cultural.
Jean Tanguay, nesse sentido, nos ajuda a ver que temos muito o que articular e propor para o Estado, para que os povos indígenas no estado de São Paulo e no Brasil tenham uma participação efetiva nos processos museais.
Comparando o Canadá com o Brasil verificamos uma desproporção quantitativa imensa, pois no contexto canadense há 11 povos indígenas e, no brasileiro, 246 povos, mais de 150 línguas diferentes e 896.917 indígenas nos meios urbano e rural.
Se os números no Brasil impressionam e nos desafiam, no estado de São Paulo podemos vislumbrar uma possibilidade real. Será que conseguimos? O que precisamos? O que nos falta?

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