Diversidade Na Educação: Desafios Para A Produção Do Conhecimento Na Formação Inicial foi construído a partir de três grandes eixos: diversidade, interseccionalidade e formação inicial de professores/as nas licenciaturas. Nesse sentido, convidamos nosso/a leitor/a a refletir conosco sobre como as múltiplas expressões da diversidade, a saber, raça, gênero, etnia, pessoa com deficiência, infância e saberes originários, quando interseccionalizadas, produzem o aprofundamento das desigualdades e das subordinações nas relações sociais de modo geral.

No espaço desta obra, voltamos-nos, especificamente, para os efeitos dessas desigualdades e subordinações no decorrer do processo formativo das/os acadêmicas/os nos cursos de licenciatura e no âmbito da Educação Básica, no que diz respeito à elaboração dos currículos, à seleção dos conteúdos, às práticas pedagógicas e às relações interpessoais entre professores/ as, alunos/as e gestão escolar.

As pesquisas – em grande parte, desenvolvidas nas escolas – apontaram alguns momentos de ausências e, em outros, fragilidades no trato pedagógico nos cruzamentos entre as categorias: I) Educação do Campo e Educação Especial; II) Educação Infantil e gênero; III) Educação Infantil, Educação Escolar Indígena e saberes tradicionais; IV) Educação Infantil e violência doméstica; V) Ensino Fundamental, séries iniciais e Educação Especial e; VI) Educação Especial e Ensino Superior.

As demais pesquisas trataram das produções do percurso formativo das/os acadêmicas/os, dentre as quais, é possível observar um importante enfrentamento às matrizes hegemônicas do conhecimento nas expressivas produções acadêmicas dos/as alunos/as indígenas, cujas discussões estão relacionadas à retomada de seus territórios tradicionais e à efetivação do direito à Educação Escolar Indígena diferenciada.

Em outras duas pesquisas, as acadêmicas negra e indígena analisaram como elas e suas colegas foram afetadas no decorrer dos cursos pelos impactos negativos gerados pela interseccionalidade das categorias raça, etnia, gênero, violência doméstica e classe social. Além disso, as estudantes demostraram as estratégias desenvolvidas para superação dos obstáculos gerados pelas desigualdades e subordinações.

Completam a obra uma pesquisa sobre o acesso e a permanência de pessoas com deficiência no Ensino Superior e um rico relato da experiência de três acadêmicas/os que foram responsáveis por organizar e ministrar cursos de extensão voltados para a educação das relações étnico-raciais.