Brincar E Escola

Nas linhas traçadas de seu texto, Fátima nos leva a ouvir as vozes das crianças sobre o brincar e a escola, e nos provoca a ser sensíveis a essa escuta e à dimensão lúdica que a criança evoca. Longe dos discursos desencantados sobre a escola, ele a problematiza para afirmar seu potencial como espaço formativo de crianças e adolescentes para o exercício da cidadania, para a vida em sociedade.
No contexto midiático contemporâneo, em que nossas crianças são interpeladas por discursos mercadológicos que reduzem o universo infantil ao mundo dos objetos e suas relações simbólicas, transformando-as em consumidoras vorazes de “brinquedos brincados” e marcas de distinção, qual é o lugar do brincar?


Dentre as inúmeras possibilidades de investigar essa questão, este livro nos transporta ao contexto escolar e nos faz ver que é possível estabelecer um contraponto a essa ordem discursiva, por meio do reconhecimento e da valorização do lúdico na formação infantil, que permite à criança produzir sentidos sobre o ato de brincar e o mundo que a cerca e, ao fazê-lo, se gesta como produtora de cultura.
Neste percurso pelos mistérios do lúdico, Fátima Vasconcelos resgata, de modo cuidadoso e refinado, as contribuições da socioantropologia do jogo, da psicologia e sociologia da infância, dos estudos culturais e da análise do discurso, evidenciando as diferenças entre a criança/aluno, expressão de relações hierárquicas e verticalizadas, e a criança/brincante, que se define por relações igualitárias entre parceiros do jogo.
Por isso mesmo, a autora nos alerta que o lúdico não pode ser reduzido a simples recurso didático na escola, ainda que ele também o seja. O maior desafio é compreendê-lo em seu potencial de estabelecer-se como atividade autônoma compartilhada, por meio da qual a criança aprende a lidar com as regras, a desenvolver o conhecimento e a lidar com o(s) outro(s).
Assim, quem sabe, como contraponto ao discurso hedonista da sociedade do consumo e da publicidade, que estimula o viver sem limites como estratégia discursiva de sedução do público infantil, a escuta sensível ao brincar da criança pode ser um caminho para resgatar o prazer no espaço escolar, sem abrir mão da sua responsabilidade de problematizar que a convivência humana exige limites, em especial os que decorrem da necessidade de respeito ao outro.

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