Compreensão De Leitura

Já é quase um truísmo nos estudos sobre a leitura e não constitui novidade afirmar que um texto, por um princípio de economia, não carrega toda informação que se quer comunicar por meio dele, pois grande parte dos sentidos do texto repousa no conhecimento partilhado pelos interlocutores.

É no terreno desse não-dito mas comunicado pelo texto que se situa nosso trabalho, pois buscamos investigar o papel do processo inferencial na compreensão de textos escritos. E esse processo, como discutiremos detidamente no capítulo 2, resulta da combinação de conteúdos semânticos presentes no texto, mas não necessariamente expressos na superfície linguística.
Para desenvolver essa pesquisa fez-se necessário, inicialmente, explicitar o que entendemos por leitura, tarefa que buscamos cumprir no capítulo 1, a partir do confronto entre as teorias mais relevantes da área. Para isso, buscamos fundamentação teórica em Goodman, Smith, Van Dijk e Kintsch, e Rumelhart, que defendem que a compreensão da leitura depende de processos de “adivinhação” ou de previsão e que o conhecimento que temos do mundo não é armazenado de maneira caótica, mas organizado em esquemas mentais que (re)formulamos constantemente, a partir de nossa experiência. Assim, as concepções de leitura defendidas por esses pesquisadores dão sustentação teórica ao nosso trabalho, tendo em vista que o processo de compreensão de textos envolve, necessariamente, processos inferenciais, sendo, inclusive característica dos leitores fluentes a habilidade de fazer as inferências apropriadas a cada tipo de texto.
Tendo em vista que o texto utilizado em nosso trabalho é um texto literário, fez-se necessário indicar as principais características do texto literário, pois os processos de recepção e de compreensão destes tipos de textos não são os mesmos que dos textos pragmáticos. Por isso, em relação ao texto literário, assumimos alguns postulados da estética da recepção, especialmente as ideias de Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, já que estes teóricos compartilham com os linguistas e psicolinguistas a quem nos referimos acima o ponto de vista de que a leitura é um processo complexo e dinâmico de interação entre autor, texto e leitor. Essas ideias serão apresentadas no final do capítulo 1, juntamente com a noção de metáfora, conforme propõem Eco e Lakoff e Johnson , já que o conto “A gaivota”, que utilizamos em nossos procedimentos, é um texto literário narrativo altamente metafórico.

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