
Considerando que houve uma apresentação desta obra na sua antiga versão, uma reapresentação, pelo menos no sentido que trazemos aqui, não é uma apresentação que se repete. A ideia de apresentar sustentada é o de estar presente e, ainda que mais uma vez, um presente que se atualiza e que é, portanto, um outro. Neste caso, um livro que foi criticado e completamente revisado.
Assim, considerando a última publicação da primeira versão da obra, que foi em 2007, muitas coisas se passaram e a nova revisão deixou aquela impressão já conhecida por muitos escritores de que a antiga escrita deixou a desejar em diversos aspectos.
Na primeira versão (edição) havia um foco mais voltado para o processo identitário, portanto uma certa inclinação para às questões das transformações. Contudo, embora essa tendência em privilegiar a processualidade da identidade tenha ficado mais evidenciada, a dimensão da continuidade identitária também estava contemplada.
Portanto, havia um fundo compreensivo acerca da experiência paradoxal da identidade. O que faltava, na oportunidade de uma revisão e ampliação da obra, era explicitar justamente esse aspecto da identidade, ou seja, a experiência paradoxal da identidade que é, ao mesmo tempo, mudança, transformação, continuidade e permanência.
Este livro tem como objetivo apresentar e discutir os aspectos teóricos acerca da experiência paradoxal do processo identitário, situado no paradoxo da transformação e da permanência, e tendo a sua longínqua origem nos pensamentos de Heráclito e Parmênides. O primeiro, tendo a cosmovisão de que o ser está em transformação. O segundo, elaborando seus pensamentos via a intuição de permanência do ser.
Os aspectos teóricos aqui privilegiados estão circunscritos em dois grandes e polissêmicos campos do conhecimento: a Dialética e a Fenomenologia. Embora sejam campos que produzem tensões entre si, são tensões férteis e possibilitadoras de criativas divergências e convergências. De maneira geral e no limite de uma (re)apresentação é possível dizer que esses campos trazem compreensões acerca da identidade enquanto movimento, integração, transformação e constituição, mas em algum nível, trazem também compreensões acerca da experiência de permanência e da continuidade.











