
Esta coletânea de textos reúne as conferências que foram apresentadas na mesa-redonda “Sociedade, Florestas e Sustentabilidade”, durante o VI Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ANPPAS), realizado em Belém-PA, no dia 20 de setembro de 2012, e outros que, mesmo não tendo participado da referida discussão, possuem uma ligação estreita com a temática debatida.
O objetivo da mesa-redonda foi discutir a questão da sustentabilidade da exploração de recursos florestais (madeireiros e não madeireiros), tendo como foco principal o papel desempenhado por diferentes atores sociais (empresários, trabalhadores, camponeses, agentes estatais).
Na mesa também foi analisado o processo de implantação de diferentes dispositivos de governança da atividade florestal – caso das concessões e da certificação florestal –, que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos com o objetivo de promover uma utilização sustentável (ou ao menos não predatória) dos recursos florestais no Brasil.
Os capítulos reunidos nesta publicação expõem, de forma consistente, as novas conformações relativas às interfaces entre o Estado (e o funcionamento das instituições democráticas), os mercados e a sociedade no que tange a questão florestal.
Invariavelmente, são debatidas as limitações e possibilidades da sociedade democrática e de suas instituições para se anteciparem aos problemas socioambientais através de políticas e ações regulatórias de natureza coercitiva ou das novas formas de interação da sociedade com o mercado.
Os impactos sobre as populações e comunidades humanas são parte central dessa equação socioambiental e suas conexões e consequências para a reorganização do macro e micro mundos econômico e político, além, é claro, das afetações sobre nossas teorias científicas a respeito.
Como mostram as autoras, se, em um primeiro momento, o processo de criação de Unidades de Conservação apresenta efeitos importantes na contenção do desmatamento, a reação posterior de diferentes atores sociais
pode levar à retomada da destruição da floresta primária, colocando em questão a eficácia dessa estratégia governamental.
O trabalho questiona ainda o processo de criação de Florestas Nacionais, e a forma com a qual ele vem sendo conduzido pelo Serviço Florestal Brasileiro, que, em algumas situações, não estaria reconhecendo o direito de populações tradicionais, como é o caso já citado da Flona do Crepori, no Estado do Pará.











