Em sede de abertura dos estudos, é oportuno destacar que a presente tese habita a área do conhecimento humano referente às relações exteriores interestatais e à sua regulação pela ordem jurídica internacional, mais precisamente a parte relativa aos processos de integração entre países.
O fenômeno da globalização consiste no primeiro elemento de contextualização da investigação agora engendrada, pois ele foi capaz de colocar em curso um encadeamento de acontecimentos que afetaram toda a raça humana. Fala-se aqui não só de uma maior interdependência econômica entre as nações do planeta, mas também de uma maior interação social e política entre pessoas, Estados e organizações mundo afora. Em meio a esse cenário, é perceptível que o fenômeno globalizante, angulado de uma forma adequada, possui um viés benéfico e desejado no seio da sociedade internacional, qual seja: o sentimento de cooperação lato sensu e de congraçamento entre os povos.
Entretanto, com o passar dos anos, uma consciência coletiva dentro da mesma sociedade internacional passou a sentir que os efeitos da globalização não são todos favoráveis. Muito se tem ouvido, falado e escrito sobre um viés nefasto do referido fenômeno. Dentro de um ponto de vista mais crítico, não é raro encontrar a associação dele com resultados de desigualdades entre as nações do mundo e dentro destas e, igualmente, com a exclusão de pessoas ou de países inteiros dos benefícios gerados pela interdependência econômica, social, tecnológica, política etc. Cada vez mais, os efeitos dos movimentos globalizantes são investigados, empírica ou cientificamente, no intuito de diagnosticar o impacto positivo ou negativo desse fator nos rumos da humanidade.
Na esteira de tal ação contemporânea, aparecem as relações exteriores de integração entre países. A formação dos blocos multinacionais no seio da sociedade internacional é uma consequência direta do fenômeno da globalização, um subproduto advindo da própria matriz e que conserva a mesma dualidade, qual seja: a perspectiva em potencial de gerar efeitos positivos e negativos nacional e internacionalmente. Mais uma marca característica que os processos de integração recebem de herança, sem dúvidas, é o caráter multifacetário; ou seja, tais blocos podem abarcar qualquer segmento da sociedade organizada e ter como objetivos estratégicos, em conjunto ou separadamente, aspectos de alçada econômica, social, política, cultural etc.
