Ensino De História: Usos Do Passado, Memória E Mídia

As inter-relações entre o ensino de história e a sociedade são muitas, apontando para diversas direções. O movimento de disseminação do conhecimento histórico, que pode se iniciar no universo da pesquisa e de sua comunicação científica, é interminável.

Passa por sua apropriação pela escola e demais instâncias do social e chega ao conjunto de produtos culturais que são apreciados pelos diversos grupos sociais, inclusive pelos pesquisadores, que alimentam, entre outros agentes, o que podemos denominar espiral da cultura histórica, tal como Carlos Vogt propõe para a cultura científica.1 Estabelecido o paralelo, podemos considerar a existência de diferentes esferas na espiral da cultura histórica de acordo com seus agentes e públicos e suas formas de expressão, passando pela esfera acadêmica, escolar, da divulgação para o público em geral ou mobilizada em reivindicações junto ao Estado estabelecido juridicamente.
Parte das manifestações da cultura histórica, nessa espiral, chega à aula de história. Nos livros didáticos, em outros recursos que professores buscam e transformam, em objetos que os próprios alunos levam para a aula, como curiosidades ou resultados de pesquisa. Os produtos relacionados com a história são concretizados visando à democratização do conhecimento e ao entretenimento. Às vezes, visam trazer histórias ao grande público que funcionam como argumentos em favor de direitos, ou do dever ético de memória. Em todos os casos, estabelecem relações entre o passado e o presente, no uso de produtos que evocam o passado.
Este livro se propõe fazer um passeio por algumas das diferentes alternativas postas na relação entre o ensino de história e outros usos do passado, em especial com os produtos da mídia contemporânea que evocam ou utilizam o passado, entre a história e a memória. Trabalhar com a relação entre passado e presente é um desafio permanente. Se tratamos a história como um diálogo entre eles, como a aula pode ser entendida pelos alunos sem essa dimensão dialógica? Como compreender o passado sem, em nenhum momento, pensarmos as questões do presente? Dessa forma, se partimos da compreensão do passado como algo múltiplo e constantemente reavaliado e reconstruído, inclusive na expressão dos produtos culturais que o evocam, a aula de história também deve ser pensada em sua multiplicidade, em suas inúmeras possibilidades, num diálogo permanente entre o tempo vivido no presente e as diversas formas de apreensão e interpretação do passado, por alunos e professores.

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As inter-relações entre o ensino de história e a sociedade são muitas, apontando para diversas direções. O movimento de disseminação do conhecimento histórico, que pode se iniciar no universo da pesquisa e de sua comunicação científica, é interminável. Passa por sua apropriação pela escola e demais instâncias do social e chega ao conjunto de produtos culturais que são apreciados pelos diversos grupos sociais, inclusive pelos pesquisadores, que alimentam, entre outros agentes, o que podemos denominar espiral da cultura histórica, tal como Carlos Vogt propõe para a cultura científica.1 Estabelecido o paralelo, podemos considerar a existência de diferentes esferas na espiral da cultura histórica de acordo com seus agentes e públicos e suas formas de expressão, passando pela esfera acadêmica, escolar, da divulgação para o público em geral ou mobilizada em reivindicações junto ao Estado estabelecido juridicamente.
Parte das manifestações da cultura histórica, nessa espiral, chega à aula de história. Nos livros didáticos, em outros recursos que professores buscam e transformam, em objetos que os próprios alunos levam para a aula, como curiosidades ou resultados de pesquisa. Os produtos relacionados com a história são concretizados visando à democratização do conhecimento e ao entretenimento. Às vezes, visam trazer histórias ao grande público que funcionam como argumentos em favor de direitos, ou do dever ético de memória. Em todos os casos, estabelecem relações entre o passado e o presente, no uso de produtos que evocam o passado.
Este livro se propõe fazer um passeio por algumas das diferentes alternativas postas na relação entre o ensino de história e outros usos do passado, em especial com os produtos da mídia contemporânea que evocam ou utilizam o passado, entre a história e a memória. Trabalhar com a relação entre passado e presente é um desafio permanente. Se tratamos a história como um diálogo entre eles, como a aula pode ser entendida pelos alunos sem essa dimensão dialógica? Como compreender o passado sem, em nenhum momento, pensarmos as questões do presente? Dessa forma, se partimos da compreensão do passado como algo múltiplo e constantemente reavaliado e reconstruído, inclusive na expressão dos produtos culturais que o evocam, a aula de história também deve ser pensada em sua multiplicidade, em suas inúmeras possibilidades, num diálogo permanente entre o tempo vivido no presente e as diversas formas de apreensão e interpretação do passado, por alunos e professores.

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