Uma Nova Ciência Para Um Novo Senso Comum

O processo de comunicação do saber pressupõe algum tipo de diferença entre  os agentes envolvidos para que seja efetivo. Tradicionalmente, essa diferença tem sido percebida negativamente como uma assimetria, como uma lacuna, uma deficiência ou mesmo uma inocência, a ser suprimida para o bem ou progresso da sociedade.

Durante a comunicação, tanto os agentes sociais coletivos, como a mídia ou a escola, quanto os individuais, como o cientista ou o professor, estariam procurando melhorar ou tornar mais completo, o saber do público ou dos estudantes a respeito de um determinado fenômeno. Isso se exprime simbolicamente pela  persuasiva metáfora iluminista: trata-se  de iluminar, esclarecer os que vivem na escuridão da ignorância para que todos possam se situar numa mesma posição de igualdade ao avaliar o que fazer numa situação que envolva o conhecimento daquele fenômeno.
Assim, a diferença considerada aparece normalmente em nossa vida social como um desnível, ocupando o agente emissor (e essa terminologia é característica dessa assimetria) uma posição sempre superior, epistemo, onto e até axiologicamente falando. Trata-se invariavelmente de elevar, de soerguer sua consciência acima do senso comum e até mesmo de tornar o agente receptor mais capaz de realizar sua própria condição de humano. Certamente inspirada por uma diferença natural tal como aquela existente entre criança e adulto, nova e velha geração, essa assimetria, quando gerada no interior de uma relação  entre seres  pretensamente iguais,  acaba  por  conferir  ao agente emissor um  poder  que  pode  torná-lo capaz  de  conduzir o processo de conhecimento a seu  bel prazer, de modo  a subordinar completamente vontade e consciência do receptor.  Enquanto o primeiro age ativamente, espera-se que  o segundo se satisfaça  passivamente.
Ao  contrário de  vasos  comunicantes, nos  quais  diferentes  níveis são igualados  pela pressão  atmosférica, nessa comunicação assimétrica,  procura-se igualar  os  níveis  de conhecimento pela elevação do mais baixo ao mais alto. Em princípio, um mesmo  agente  pode elevar o nível de inúmeros  sujeitos, sem  aparentemente sofrer  qualquer alteração em  seu  próprio  estado.

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O processo de comunicação do saber pressupõe algum tipo de diferença entre  os agentes envolvidos para que seja efetivo. Tradicionalmente, essa diferença tem sido percebida negativamente como uma assimetria, como uma lacuna, uma deficiência ou mesmo uma inocência, a ser suprimida para o bem ou progresso da sociedade. Durante a comunicação, tanto os agentes sociais coletivos, como a mídia ou a escola, quanto os individuais, como o cientista ou o professor, estariam procurando melhorar ou tornar mais completo, o saber do público ou dos estudantes a respeito de um determinado fenômeno. Isso se exprime simbolicamente pela  persuasiva metáfora iluminista: trata-se  de iluminar, esclarecer os que vivem na escuridão da ignorância para que todos possam se situar numa mesma posição de igualdade ao avaliar o que fazer numa situação que envolva o conhecimento daquele fenômeno.
Assim, a diferença considerada aparece normalmente em nossa vida social como um desnível, ocupando o agente emissor (e essa terminologia é característica dessa assimetria) uma posição sempre superior, epistemo, onto e até axiologicamente falando. Trata-se invariavelmente de elevar, de soerguer sua consciência acima do senso comum e até mesmo de tornar o agente receptor mais capaz de realizar sua própria condição de humano. Certamente inspirada por uma diferença natural tal como aquela existente entre criança e adulto, nova e velha geração, essa assimetria, quando gerada no interior de uma relação  entre seres  pretensamente iguais,  acaba  por  conferir  ao agente emissor um  poder  que  pode  torná-lo capaz  de  conduzir o processo de conhecimento a seu  bel prazer, de modo  a subordinar completamente vontade e consciência do receptor.  Enquanto o primeiro age ativamente, espera-se que  o segundo se satisfaça  passivamente.
Ao  contrário de  vasos  comunicantes, nos  quais  diferentes  níveis são igualados  pela pressão  atmosférica, nessa comunicação assimétrica,  procura-se igualar  os  níveis  de conhecimento pela elevação do mais baixo ao mais alto. Em princípio, um mesmo  agente  pode elevar o nível de inúmeros  sujeitos, sem  aparentemente sofrer  qualquer alteração em  seu  próprio  estado.

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