A primeira edição de A ordem do progresso foi publicada há quase um quarto de
século, em comemoração ao centenário da República. Esta nova edição pode
ser vista como comemoração antecipada dos dois séculos do Brasil independente.
O livro foi lançado em 1989, em momento crítico da história política do Brasil,
entre os dois turnos da primeira eleição presidencial realizada de acordo com a
Constituição de 1988. A edição original foi, para surpresa de muitos, inclusive
minha, bem além de um succès d’estime. Tornou-se obra de referência para gregos
e troianos.
No fim de 1989, não se imaginava bem o que a história nos reservava, embora
não houvesse otimismo nas análises contidas no livro. Seguiram-se, de início, três
anos quase anárquicos, antes que vingasse o Plano Real, seguido de crescimento
meio medíocre até a virada do século e além. Mas a crítica à estratégia baseada em
proteção alta e forte presença do Estado, que havia ganho força nos anos 1980,
redundou nas reformas da década de 1990 relativas à abertura comercial e à privatização.
Vários dos autores estiveram envolvidos na concepção, implementação e
consolidação do Plano Real a partir de 1993. Depois de bem mais de uma década
de insucessos na tentativa de controlar o regime de alta inflação, foi inaugurada
nova etapa da história econômica do país com a estabilização sendo acompanhada
pela consolidação de reformas modernizadoras.
Muitas crises tiveram de ser enfrentadas. Com a vitória da oposição, a transição
em 2002-2003 revelou-se menos problemática do que se temia, com o Partido dos
Trabalhadores abandonando às pressas os seus excessos mais impetuosos como o
repúdio das dívidas interna e externa. Parecia que se assistia ao fim de ideias equivocadas
em matéria de política econômica. Ledo engano. Na esteira do mensalão,
em 2004-05, o compromisso petista com políticas macroeconômicas prudentes
começou a arrefecer. De fato, a partir de 2010, acumularam-se indícios claros de
reversão das políticas que haviam sido estabelecidas na década de 1990 quanto à abertura comercial e ao papel do Estado na economia. Até mesmo o compromisso
com a estabilização passou a ser relativizado.
A Ordem Do Progresso
- Economia
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