
“Viva e deixe viver” é uma frase muito repetida, usada e abusada em várias épocas e circunstâncias: para incentivar a prática da não violência, para promover o respeito às diferenças de comportamento e de opinião, para fundamentar a prática do vegetarianismo ou do veganismo.
O mesmo slogan pode ser apropriado por grupos com posições antagônicas: para fomentar o compromisso social ou, opostamente, para justificar um comportamento indiferente em relação ao que acontece na sociedade.
Em qualquer caso, subjaz o desejo de encontrar a felicidade, de estar em paz, de viver bem.
Este “viver bem” pode igualmente ter significados variados, conforme a pessoa ou o grupo que levanta tal bandeira como opção de vida: um projeto estreito que envolve unicamente a pessoa e sua casa, ou largo o suficiente para abarcar também a sociedade, sem exclusão de classes, raças, credos etc.
Percebe-se, pois, a importância de distinguir entre “viver bem” e “bem viver”: talvez não se trate apenas de uma simples inversão, e sim de algo mais profundo.
Teologia E Sumak Kawsay: O Diálogo Com A Sabedoria Andina Do Bem Viver é título desta pesquisa de caráter bibliográfico que aqui se apresenta.
A mesma está dentro da linha de pesquisa em Teologia, Experiência Religiosa e Pastoral, como fruto de uma dissertação conclusiva de mestrado em Teologia Sistemática.
Tem como objetivo relacionar a teologia cristã e a cultura andina, sob o paradigma do bem viver. Para atingir a finalidade dividimos o trabalho em três momentos.
O primeiro corresponde à análise da cultura andina e sua compreensão da realidade na sua totalidade. O segundo momento analisa a epistemologia do sumak kawsay desde a contribuição, especialmente, das teorias políticas. Terceiro, a teologia andina como grande pioneira nesta articulação entre saberes andinos e cristãos.
Este diálogo se consolida no encontro da cultura andina com Evangelho Cristão na busca pela vida plena. Principio que Jesus Cristo revela na dinâmica do Reino de Deus, como utopia e exigência a ser completada.











