Nós Matámos O Cão-Tinhoso!

No início do ano de 1964 foi publicada em Moçambique uma coletânea de contos intitulada Nós matámos o cão-tinhoso!, com 135 páginas, ilustrada com desenhos da pintora Bertina Lopes e formato "Livro de Bolso".


Tratava-se de uma edição de autor composta e impressa na Sociedade de Imprensa, Lda., proprietária do jornal A Tribuna e incluía os contos: “Nós matámos o cão-tinhoso”; “Inventário de Imóveis e Jacentes”; “Dina”, “A Velhota”. “Papá, Cobra e Eu”, “As mãos dos Pretos” e “Nhinguitimo”.
A anteceder as narrativas, duas epígrafes (desaparecidas das edições posteriores): à Dori que é sensível à angústia dos cães; ao José Craveirinha, expressão verdadeira da poesia de Moçambique. O autor, Luís Augusto Bernardo Manuel Honwana, era então um jovem com 22 anos, que se iniciara no jornalismo, assinando algumas Notas de Reportagem do Notícias e colaborando regularmente na página juvenil “Despertar” deste jornal, desde 1962. Colaborava também no vespertino A Tribuna podendo ainda assinalar-se colaboração sua nos jornais Voz de Moçambique, Diário de Moçambique (Beira) e A Voz Africana (Beira). Alguns dos contos incluídos no livro haviam sido já publicados nestes orgãos de imprensa, nomeadamente “A velhota”, “Inventário de Imóveis e Jacentes”, “Papá, cobra e eu” e “As mãos e as palmas”, provável primeira versão de “As mãos dos pretos”, devendo-se a Eugênio Lisboa, Rui Knopfli e Josó Craveirinha, a iniciativa dessas publicações, como o próprio autor explica na discreta nota introdutória do livro: “Depois do “Despertar”, Eugênio Lisboa, Rui Knopfli e José Craveirinha entusiasmaram-me, publicando algumas das minhas histórias em jornais”.
O livro viria a provocar uma polêmica imediata devido a um artigo publicado por Rodrigues Júnior - jornalista e autor de numerosos romances, antigo colaborador de Seara Nova que, tendo vindo para Moçambique nos anos 30, adotara, a partir dos anos 50, uma postura de defesa do lusotropicalismo e do denominado humanismo português de Salazar - o qual, no jornal Diário de 4/4/64, punha em causa a “boa-fé do jovem escritor” ao mesmo tempo que questionava a validade do apoio dado pelo arquiteto Pancho Miranda Guedes, à publicação do livro.
De fato Miranda Guedes e sua mulher Dorothy (Dori), de nacionalidade sul-africana, tiveram um papel fundamental quer nesta edição quer na publicação em 1969 da versão em língua inglesa, da autoria de Dorothy Guedes com o título We Killed Mangy Dog & Other Mozambique Stories na colecção “African Writers Series”, coordenada por Chinua Achebc, o que favoreceu a projeção internacional do livro.

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