
A obra que o leitor tem nas mãos é expressiva de um percurso de estudos, reflexões e tomada de posição em relação a temas contemporâneos. O autor, transitando entre a escrita norteada por fundamentos filosófico e a análise de acontecimentos sociais, políticos e econômicos, propõe ao leitor uma espécie de dança ou de ir e vir entre possibilidades de construção de sentidos para os acontecimentos que marcam este início de século. Pode-se dizer que se trata de uma obra que aborda o estado veloz de metamorfose do mundo contemporâneo.
Três eixos robustos funcionam como espinha dorsal da obra: as formas do saber, os poros do poder e os prismas da estética. Esses três temas são organizados em partes, mas sem deixar de apresentar uma relação de complementariedade entre si. Se há formas de saber, estas geram um poder que, na sua porosidade, apresenta modos de exercícios que definem uma estética resultante da posição ocupada por aqueles que sabem e a partir disso exercem algum tipo de poder.
Nessa inter-relação, sem renunciar à densidade e à profundidade da reflexão filosófica que cada um desses temas exige, sem a pretensão da exaustão na abordagem, o autor conduz o leitor por meio de uma escrita leve que, iluminada por acontecimentos cotidianos, torna a perspectiva filosófica acessível ao leitor.
Em torno do tema as formas do saber, conforme dito pelo próprio autor, a reflexão é organizada com base na teoria do conhecimento, na teoria política e na teoria estética. As formas de saber não são estáveis, mudam de acordo com as pressões e coerções existentes em cada momento da sociedade ocidental. O que conduz as mudanças não é a luta pelo bem-estar humano, mas os interesses econômicos.
Nesse sentido, a ciência como campo fundamental à produção do saber é também um campo de lutas para aqueles que buscam o poder. O domínio do saber é de fundamental importância para a manutenção do poder.











