O objetivo do autor, quando afirma no prefácio que “a minha tentativa será no sentido de contar numa linguagem simples o pensamento e a vida dos primeiros filósofos”, é alcançado de maneira brilhante. O convívio com os sábios da antiga Grécia, “depois que se quebrar o gelo com eles”, será agradável e familiar, sendo descritos com incrível vivacidade, como se fossem pessoas conhecidas e, o que é mais importante salientar, das quais somos descendentes diretos.
Considerando que a antiga Grécia representou, para a história do pensamento ocidental, o que foi o Big Bang para o universo, ou seja, o grande estouro do qual surgiriam as galáxias e as constelações, o autor investe na aventura literária de ensinar filosofia de maneira divertida e fácil de compreender. Na sua opinião, a maior dificuldade no estudo da filosofia, o que “representa uma espécie de ‘buraco negro’ no preparo cultural médio” das pessoas, se deve à prosa especializada, quase sempre difícil de ser decifrada.
Com essa proposta, ganham os leitores que têm acesso, através de um texto vivo e agradável, ao pensamento e à vida dos filósofos gregos pré-socráticos: Tales (O homem da água), Pitágoras (superstar), Heráclito (O Obscuro), Parmênides, Zeno, Anaxágoras (A Mente), Demócrito e outros; às cidades, como a moderna Mileto, Eléia, Agrigento e, finalmente, Atenas, de Péricles, no século V; à remota antigüidade mediterrânea e ao discurso dos sofistas.
Tudo é descrito com uma narrativa alegre, demonstrando grande intimidade com aquelas pessoas especiais e excêntricas, bem como indiscutível fidelidade às fontes de pesquisa. O autor cumpre plenamente a finalidade proposta e se firma como um historiador de filosofia que trata de coisas sérias de maneira descomplicada e agradável.
A sede de conhecimento, que inquietava os sábios gregos, continua a inquietar a humanidade, sempre em busca de explicações para a origem da vida, a morte, o amor, a discórdia, o universo, a doença, a política etc. A moderna tecnologia explicou apenas algumas das esdrúxulas suposições que suas inteligências privilegiadas deduziram, ao acaso, fantasiosamente.
Alguns filósofos contemporâneos, que o autor chama de “filósofos meus”, aparecem destacados, como exemplos de pessoas que possuem uma genuína escala de valores, seguem uma própria filosofia de vida e são, neste livro, responsáveis pela “hora do recreio”, o momento do coffee-break, numa pausa de atualidade, embora estejam em uma idêntica busca por formas de entrosamento com a realidade (ou, talvez, de felicidade), como estiveram os filósofos gregos pré-socráticos.
História Da Filosofia Grega Vol. I: Os Pré-Socráticos
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