Ritos Genéticos Editoriais

Desde meados dos anos 1990 e mais intensamente nos anos 2000, as publicações sobre livro se multiplicaram. Crônicas, ensaios, artigos científicos e livros sobre livros têm circulado em todo o planeta

; no Brasil, reedições e traduções há muito esperadas compõem o universo de produções que fazem do livro um assunto da ordem do dia.
Na esteira desse acontecimento, também ganham terreno temas a princípio bem diversos, como letramento e marketing cultural, por exemplo — o que realimenta a agitação nos diversos campos de saber em que o livro, e tudo o que se relaciona com ele, está em pauta. É possível dizer que de certo modo isso também aconteceu no ilustrado século XVIII ocidental, ou antes, quando o formato códex ganhou circulação na Europa, modificando as condições de acesso aos textos escritos e os seus usos. Mas isso terá sido em conjunturas distintas da que vemos agora, quando uma espécie de vertigem tecnológica põe nova lenha numa fogueira acesa noutros tempos: os livros podem deixar de existir? Há uma conhecida passagem de Borges que é frequentemente citada em resposta:
Dentre os diversos instrumentos do homem, o livro é, sem dúvida, o mais assombroso. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões da visão; o telefone é extensão da voz; também temos o arado e a espada, como extensões dos braços. Mas o livro é outra coisa: o livro é extensão da memória e da imaginação.
O que se pode facilmente constatar nesse debate é que os livros seguem sendo objetos instigantes. São escritos e circulam cada vez mais em diferentes suportes, para preocupação de uns, que veem nessa atual difusão o perigo do barateamento de bens culturais; para contentamento de outros, que entendem a farta produção e sua distribuição como formas de universalizar o acesso, dando conta da diversidade das populações humanas nas largas escalas que caracterizam o século XXI.

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Desde meados dos anos 1990 e mais intensamente nos anos 2000, as publicações sobre livro se multiplicaram. Crônicas, ensaios, artigos científicos e livros sobre livros têm circulado em todo o planeta; no Brasil, reedições e traduções há muito esperadas compõem o universo de produções que fazem do livro um assunto da ordem do dia.
Na esteira desse acontecimento, também ganham terreno temas a princípio bem diversos, como letramento e marketing cultural, por exemplo — o que realimenta a agitação nos diversos campos de saber em que o livro, e tudo o que se relaciona com ele, está em pauta. É possível dizer que de certo modo isso também aconteceu no ilustrado século XVIII ocidental, ou antes, quando o formato códex ganhou circulação na Europa, modificando as condições de acesso aos textos escritos e os seus usos. Mas isso terá sido em conjunturas distintas da que vemos agora, quando uma espécie de vertigem tecnológica põe nova lenha numa fogueira acesa noutros tempos: os livros podem deixar de existir? Há uma conhecida passagem de Borges que é frequentemente citada em resposta:
Dentre os diversos instrumentos do homem, o livro é, sem dúvida, o mais assombroso. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões da visão; o telefone é extensão da voz; também temos o arado e a espada, como extensões dos braços. Mas o livro é outra coisa: o livro é extensão da memória e da imaginação.
O que se pode facilmente constatar nesse debate é que os livros seguem sendo objetos instigantes. São escritos e circulam cada vez mais em diferentes suportes, para preocupação de uns, que veem nessa atual difusão o perigo do barateamento de bens culturais; para contentamento de outros, que entendem a farta produção e sua distribuição como formas de universalizar o acesso, dando conta da diversidade das populações humanas nas largas escalas que caracterizam o século XXI.

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