Luciana De Souza Gracioso & Outros (Orgs.) – Bibliotecas Escolares: Práticas Alternativas
A principal função de uma biblioteca, independentemente do seu tipo, é contribuir para a formação individual e social do ser humano, de modo a proporcionar a sua plena integração na sociedade e, desse modo, contribuir para o seu desenvolvimento equitativo.
Para tal, é sua missão promover hábitos de leitura e facultar todo o tipo de prestação de serviços que lhe permitam aceder ao conhecimento e usá-lo da forma mais eficaz que for possível.
Cumpre-lhe, assim, sensibilizar e incutir no indivíduo a necessidade da aquisição de um conjunto de competências de literacia, nomeadamente a informacional e a digital. Estas competências permitirlhes-ão pensar de um modo crítico sobre a informação e o conhecimento, podendo adequá-los às necessidades da sociedade.
Este é o maior desafio que enfrenta uma biblioteca na sociedade contemporânea, que se caracteriza pela heterogeneidade social e cultural. Entre os tipos de bibliotecas que correspondem a este perfil de missão destacam-se as bibliotecas públicas e as escolares.
As últimas são aquelas que pela sua natureza, melhor correspondem a um tal objetivo, na medida em que através de um processo contínuo, incentivam os cidadãos à leitura, promovem habilidades intelectuais e estimulam-nos por um conjunto alargado de práticas culturais.
O fato de as bibliotecas escolares albergarem no seu seio um conjunto de recursos informativos produzido por uma coletividade culturalmente heterogênea, acedido e consumido livremente por todos, independente do sexo, da religião, da raça e da cultura, concorre para que elas sejam consideradas mediadoras entre um patrimônio cultural e científico diversificado, e uma sociedade também ela heterogênea, sendo esta característica (heterogeneidade) o denominador comum deste binômio.
Com base neste cenário, as bibliotecas escolares não podem considerar-se e conceber-se apenas como meros recursos de incentivo à leitura e/ou como um qualquer meio aleatório que, devidamente utilizado contribuirá apenas para resultados positivos no processo de ensino, descurando, nesta perspectiva, o aspecto do desenvolvimento do cidadão como elemento dinamizador da sociedade, que precisa de um conjunto de competências que se situam além do objetivo “incentivo à leitura”.
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