Estamos diante de uma obra singular. Manifesto, tratado, obra esotérica, história, ficção científica, narrativa romanesca, coletânea de curiosidades, O despertar dos mágicos pode ser todas essas coisas mas não se encaixa em nenhuma. É uma defesa de uma estranha maneira de encarar o mundo: o realismo fantástico.
Não confundir com o realismo mágico, gênero literário criado por escritores modernos sul-americanos como Jorge Luis Borges e Gabriel García Márquez, embora não deixe de haver alguma conexão. O realismo fantástico, segundo os autores do livro, é a disposição de investigar o mundo sem os “preconceitos” ditados pelo “cientificismo” e o “intelectualismo” da era moderna.
Nas palavras de Louis Pauwels: “Há superstições antigas e modernas. Para certas pessoas, nenhum fenômeno de civilização é compreensível se não admitirmos, nas origens, a existência da Atlântida. Para outros, o marxismo chega para explicar Hitler”. Em O despertar dos mágicos, a Alquimia é levada a sério, e os resultados dos alquimistas, como transformar chumbo em ouro, podiam ser antecipações ainda mais sofisticadas das transformações nucleares da Física Moderna.
A História é revista, podendo ser o produto de uma guerra entre sociedades secretas, regidas pelos “Superiores Desconhecidos”. Hitler e o nazismo seriam uma tentativa de uma sociedade mística prevalecer sobre outra tecnocrática. Contando assim, parece piada; mas os autores levam a cabo seus argumentos com elegância, profundidade e erudição, amparados num monumental trabalho de pesquisa. Uma leitura instigante que, no mínimo, poderá abrir alguns horizontes.
O Despertar dos Mágicos é composto por três partes:
1. “O futuro anterior”, que critica o positivismo do século XIX, evoca a ideia de uma “sociedade internacional e secreta, constituída por homens intelectualmente muito avançados”, e aborda os temas das civilizações perdidas e da alquimia.
2. “Há alguns anos em outro lugar absoluto”, que visa demonstrar as origens ocultas do nazismo e a sua contribuição esotérica às teorias científicas, a fim de dar um exemplo de aplicação dos métodos do realismo fantástico. Fala longamente sobre a teoria da Terra oca.
3. “O Homem é Infinito”, dedicado às capacidades mentais do homem, à parapsicologia, à telepatia, ao espírito “mágico” e aos “mutantes”.
O Despertar Dos Mágicos
- Ciências Sociais, Religião
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