A Invasão Cultural Norte-Americana

Nosso objetivo, neste livro, é denunciar a amplitude e as consequências da invasão cultural norte-americana no Brasil. Ao fazermos isso, tentaremos resgatar um pouco da nossa verdadeira história

, analisando sobretudo os momentos mais favoráveis ao invasor e os movimentos de resistência brasileira ao colonialismo cultural.
Como as armas mais eficazmente utilizadas pelos invasores têm sido os meios de comunicação de massa, dedicamos um espaço significativo às histórias do rádio, música, cinema, televisão, quadrinhos e produção de brinquedos no Brasil dos últimos 70 anos. Na maior parte do tempo, nossa atenção esteve voltada para as ideias e valores transmitidos pela cultura importada e para as consequências da adoção, no Brasil, do “estilo de vida norte-americano”.
Gostaríamos de deixar bem claro que nossas denúncias e críticas não são endereçadas ao povo norte-americano, mas ao processo e tática de dominação exercidos pelos Estados Unidos em nosso e em outros países periféricos ou em desenvolvimento. Essas denúncias teriam sido feitas da mesma maneira se fossem ingleses, franceses, russos, belgas, italianos, japoneses ou quaisquer outros os invasores culturais em nosso país.
Reconhecemos que chegam até nós muitas coisas boas da cultura dos Estados Unidos. Sabemos respeitá-las, apreciá-las e incorporá-las ao nosso cotidiano. Não desejaríamos eliminá-las de nossa vida. Ao contrário, somos a favor da intensificação do intercâmbio cultural do Brasil com o maior número possível de povos e nações, mas de modo que todos possam participar, em igualdade de condições, como beneficiados e como colaboradores no processo de trocas de práticas e experiências da comunidade humana universal.
O que questionamos, muito mais do que propriamente a qualidade da cultura importada, é o exclusivismo ou a hegemonia dos modelos norte-americanos e sua adoção sumária pela nossa população, sem chances de adotar postura crítica ou processo de reelaboração, em prejuízo tanto da produção brasileira como da de outras nacionalidades.
Talvez algumas vezes nossas denúncias à invasão cultural e suas consequências pareçam aos leitores um tanto exageradas. Diz a sabedoria popular que “quem procura acha”, e realmente, durante todo o tempo de elaboração deste livro, foi sobretudo a procura, atenta e sistemática, a tônica maior do nosso trabalho. Com receio de cair no exagero procuramos checar a cada momento nossas conclusões. Também ficamos chocados com o que encontramos e não nos foi nada fácil constatar inúmeras vezes, conforme a expressão do educador Paulo Freire, o invasor “hospedado dentro de nós”.

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Nosso objetivo, neste livro, é denunciar a amplitude e as consequências da invasão cultural norte-americana no Brasil. Ao fazermos isso, tentaremos resgatar um pouco da nossa verdadeira história, analisando sobretudo os momentos mais favoráveis ao invasor e os movimentos de resistência brasileira ao colonialismo cultural.
Como as armas mais eficazmente utilizadas pelos invasores têm sido os meios de comunicação de massa, dedicamos um espaço significativo às histórias do rádio, música, cinema, televisão, quadrinhos e produção de brinquedos no Brasil dos últimos 70 anos. Na maior parte do tempo, nossa atenção esteve voltada para as ideias e valores transmitidos pela cultura importada e para as consequências da adoção, no Brasil, do “estilo de vida norte-americano”.
Gostaríamos de deixar bem claro que nossas denúncias e críticas não são endereçadas ao povo norte-americano, mas ao processo e tática de dominação exercidos pelos Estados Unidos em nosso e em outros países periféricos ou em desenvolvimento. Essas denúncias teriam sido feitas da mesma maneira se fossem ingleses, franceses, russos, belgas, italianos, japoneses ou quaisquer outros os invasores culturais em nosso país.
Reconhecemos que chegam até nós muitas coisas boas da cultura dos Estados Unidos. Sabemos respeitá-las, apreciá-las e incorporá-las ao nosso cotidiano. Não desejaríamos eliminá-las de nossa vida. Ao contrário, somos a favor da intensificação do intercâmbio cultural do Brasil com o maior número possível de povos e nações, mas de modo que todos possam participar, em igualdade de condições, como beneficiados e como colaboradores no processo de trocas de práticas e experiências da comunidade humana universal.
O que questionamos, muito mais do que propriamente a qualidade da cultura importada, é o exclusivismo ou a hegemonia dos modelos norte-americanos e sua adoção sumária pela nossa população, sem chances de adotar postura crítica ou processo de reelaboração, em prejuízo tanto da produção brasileira como da de outras nacionalidades.
Talvez algumas vezes nossas denúncias à invasão cultural e suas consequências pareçam aos leitores um tanto exageradas. Diz a sabedoria popular que “quem procura acha”, e realmente, durante todo o tempo de elaboração deste livro, foi sobretudo a procura, atenta e sistemática, a tônica maior do nosso trabalho. Com receio de cair no exagero procuramos checar a cada momento nossas conclusões. Também ficamos chocados com o que encontramos e não nos foi nada fácil constatar inúmeras vezes, conforme a expressão do educador Paulo Freire, o invasor “hospedado dentro de nós”.

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