
O livro O Diário De Dalila: Poética, Ttestemunho E Tragédia Na Formação Do Indivíduo Moderno é o tema/objeto condutor de um exitoso trabalho de pesquisa realizado sobre o “Diário de uma menina de 14 anos”, fonte pertencente ao rico acervo do sociólogo Arthur Ramos, no interior da Biblioteca Nacional.
Trata-se de um estudo histórico-educacional focado na relação aluno/escola em dimensão ampliada, que nos permite dar a ver cada momento de um rico testemunho da experiência vivida por uma aluna na configuração da instituição escolar e do campo da ação pedagógica no cotidiano, por assim dizer, desafiadora de uma “nova” leitura do modelo de formação escolanovista em curso no Brasil.
Desde as primeiras páginas dessa instigante obra, o leitor é convidado a conhecer caminhos, itinerários, inquietações, enunciados e indícios. Dessa forma, captando as diferentes nuances e decifrando, também, as dimensões conflituosas de uma narrativa escolar, relacionada com a própria vida de Dalila, sujeito voltado para si, em seus instantes de busca por uma liberdade poética, literária, haja vista que almejava ser uma escritora.
De maneira sensível e inteligente, sem deixar de lado a marca do bom historiador de formação, o autor José Gledison Rocha Pinheiro se debruçou, de forma profunda, sobre o universo da cultura escolar (aluna, professora, direção, disciplinas, atividades escolares) lançando o olhar investigativo a partir da escrita cotidiana registrada no diário de Dalila Aouila Couri, uma jovem de aproximadamente 14 anos de idade, aluna do 5º ano, na Escola Experimental Manoel Bomfim, no antigo Distrito Federal, entre os anos de 1933-1934.
Ressaltando que, a referida instituição se propunha como modelo da renovação e, como tal, apresentada como instituição socializadora privilegiada de formação da chamada educação progressiva, voltada ao desenvolvimento da individualidade do aluno até o limite de suas capacidades “naturais”, como propugnava o modelo educacional em ascensão no Brasil.
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