
Pensar de outro modo é o desafio proposto, incitando a reflexão por meio de uma atitude investigativa que opera qualificando discussões e propondo outras perguntas para a docência e para a formação de professores na contemporaneidade, o que possibilita inscrever essas temáticas em outras formas de ser, pensar e fazer educação.
A formação de professores continua sendo uma grande demanda para muitos países e regiões em todo o mundo, mas no Brasil reveste-se de peculiar condição e abarca uma complexidade de problemas que precisam ser enfrentados de forma conjunta pela sociedade.
A formação de professores não só precisa ser assumida pela pesquisa e atuação competente e qualificada dos professores, como também deve ser enfrentada pelas políticas públicas, com ampliação de melhores condições de trabalho nas escolas e instituições educativas ― abarcando desde a remuneração dos professores e a carreira docente até a constituição social de um maior status social para a profissão.
Para a resolução desses problemas, não bastam apenas cursos de formação qualificados, mas um conjunto de medidas que garantam à formação de professores e às práticas pedagógicas uma constante e sistemática ação de avaliação e crítica radical, no sentido de buscar pela qualidade, criticando as formas de pensar e fazer instituídas e buscando construir outras possibilidades.
Essas outras formas de pensar e fazer advêm do exercício radical da crítica, pois não basta assumir uma posição contrária aos fatos e dizer que não concordamos com o que está posto.
É preciso historicizar as questões, é preciso buscar por outras histórias da constituição dos objetos e sujeitos. É preciso ir às raízes dos acontecimentos para compreendermos como tudo foi gestado, como tudo se constituiu. As práticas pedagógicas possuem histórias; elas nem sempre foram entendidas e praticadas com esse acento nas pedagogias ativas nem no uso das tecnologias.
É preciso que saibamos justificar nossas escolhas para atuar de uma forma ou de outra e que as práticas de ensino usadas na educação sejam coerentes e produtivas para a vida contemporânea.
Quando se observa uma “virada do ensino para a aprendizagem” em todos os processos educativos e de escolarização, temos que ao menos nos questionar sobre o que esse deslocamento significa, o que ele produz e a quem atinge.
Pensar de outros modos não significa adotar as práticas mais lúdicas, mais prazerosas e atuais sem que elas tenham passado pelo crivo de nossa atitude investigativa e de inquietude frente ao que pensamos e assumimos como prática educativa e ou de escolarização. Esse é o convite para a leitura.
O livro foi organizado em dois eixos: Formação de professores e desafios contemporâneos e Práticas pedagógicas e o processo educativo em instituições de ensino. São dois eixos que se complementam e que nos desafiam a pensar de outros modos essas questões que são caras à educação de nosso tempo.

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