João De Fernandes Teixeira – Mente, Cérebro & Cognição
Este livro fala de mentes, cérebros e de sua relação. Seu principal objetivo é fornecer ao leitor universitário uma introdução à filosofia da mente e suas relações com a ciência cognitiva esses dois grandes continentes que ainda se mantêm, em parte, desconhecidos do público brasileiro.
A filosofia da mente consolidou-se no século XX, tendo resultado de uma jornada milenar que a toma uma disciplina de história curta, mas de passado longo. Falar de mentes já foi privilégio de místicos, textos sagrados e de filósofos refugiados em teorias herméticas. Nos últimos anos esse passa a ser um tema abordado pela racionalidade profana de nossa ciência.
Na filosofia da mente contemporânea aliam-se ciência e reflexão filosófica, numa combinação imposta por se reconhecer a necessidade de uma investigação interdisciplinar.
A mente deixou de ser algo exclusivo dos seres humanos. Desde a década de 1940 passamos a atribuir mentes e inteligência a máquinas e outros dispositivos artificiais. Desenvolveu-se uma tecnologia do mental, da qual resultou uma aproximação crescente entre a psicologia, ciência da computação e a engenharia. Desse projeto interdisciplinar surgiu a inteligência artificial e, posteriormente, a ciência cognitiva. A inteligência artificial teve um triunfo efêmero na década de 1970, o qual, entretanto, foi suficiente para mostrar que muitas atividades consideradas exclusivas dos seres humanos, como, por exemplo, jogar xadrez, fazer cálculos de engenharia etc. poderiam ser feitas por computadores bem programados.
A replicação tecnológica da inteligência e das atividades mentais vem tendo consequências profundas sobre o modo como concebemos a relação entre mente e cérebro. Ela sugere que aquilo que chamamos de “mente” talvez não seja mais do que um tipo específico de arranjo material, feito a partir de peças de silício.
Paralelamente à revolução computacional e seus desdobramentos mais recentes, ingressamos, a partir dos anos de 1990, na “década do cérebro”. Nela se esperava que o desenvolvimento da neurociência, aliado aos progressos de outras disciplinas como a genética e a biologia molecular, pudesse finalmente desvendar a natureza da consciência humana que alguns já declararam ser o último mistério ainda não resolvido pela ciência. A década do cérebro já terminou, grandes avanços foram alcançados, mas a natureza da consciência ainda continua sendo um mistério.

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