que leva um sindicato de trabalhadores a enveredar pelos meandros da acumulação patrimonial e financeira aplicando aí os recursos econômicos oriundos da cotização voluntária e autônoma dos trabalhadores?
O que o leva a fazer incursões nos seletivos e nefastos caminhos dos fundos de pensão, chafurdando nos escusos interesses das privatizações?
O que o faz tornar-se uma força do capital na condição de acionista e/ou gestor e desse modo laborar de fato pela desconstrução da alternativa crítica do trabalho?
O que leva tantos setores do sindicalismo a praticar o capitalismo sindical, praga que vem avassalando sindicatos em amplas esferas e em múltiplas partes do mundo?
Fazendo um quadro minucioso, ainda que sintético, das experiências do sindicalismo negocial na Alemanha, Suécia, estados Unidos, Israel, Rússia (e mesmo na ex-União Soviética), China, México, Brasil, dentre tantos outros exemplos, Capitalismo sindical, de João Bernardo e Luciano Pereira, é um pequeno livro explosivo que realiza uma verdadeira devassa nessas práticas sindicais que, quanto mais parecem enterradas, mais fortes ressurgem.
O Escritor e pesquisador português, João Bernardo já ministrou cursos em universidades públicas brasileiras e em sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) nas últimas duas décadas. É autor de Capital, sindicatos, gestores (1987)
Luciano Pereira é advogado, com mestrado em Ciência Política pela UFMG e especialização em direito sindical. Atua como assessor de entidades sindicais em Minas Gerais, com ênfase no encaminhamento de ações coletivas e no acompanhamento de campanhas salariais e negociações coletivas de trabalho.