
A abertura da Amazônia para a colonização na década de 1970, trouxe gado, conflitos por terra e desmatamento generalizado.
No remoto estado do Acre, Brasil, os seringueiros lutaram contra os fazendeiros migrantes para preservar a floresta da qual dependiam e, no processo, mostraram ao mundo que era possível unir os meios de subsistência da floresta e a preservação do meio ambiente. Hoje em dia, porém, o boi, que antes era visto como ameaça, está mais comum, desde os pastos extensivos até às clareiras na floresta, onde seringueiros e seus filhos estão se tornando criadores de gado ou mesmo caubóis.
Para entender o crescimento do gado e o apelo econômico e cultural que o boi tem no Acre, o gado foi estudado em vários contextos e a partir das experiências de vida duma gama de pessoas, desde seringueiros adotando seu primeiro bezerro, até os fazendeiros com milhares de bois, desde ambientalistas “carnívoros” a caubóis urbanos sem terra ou gado.
Com base em dezoito meses de trabalho de campo no Acre, Caubóis Da Floresta: O Crescimento Da Pecuária E A Cultura De Gado Na Amazônia Brasileira procura ampliar nosso conhecimento para além dos discursos que só enxergam o boi como um produto econômico ou como um problema ambiental. Contextualiza o surgimento da pecuária em relação com as estruturas político-econômicas e significados mais amplos para compreender a difusão da “cultura de gado”.
Escrito em um estilo acessível e interdisciplinar, às vezes com pitadas de um humor perspicaz, Caubóis Da Floresta oferece um tratamento informado e atualizado sobre questões desafiadoras. É uma leitura agradável, essencial para um público local, regional e global interessado em compreender as características econômicas e culturais da pecuária, entender a complexidade dos vetores do desmatamento e as tensões contínuas entre conservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia.











