Jean-Guy LeBel dá, como se deve, o primeiro lugar à discriminação auditiva, indispensável ao estudante para guiar sua própria correção. Porém, dá um lugar merecido à imagem visual da articulação e ao sentido sinestésico para ajudar o estudante a atingir a boa pronúncia dos sons.

E, sobretudo, o autor não esquece o papel primordial da cadeia falada, do ritmo e da entonação, porção onde se encontram, ajustando-se mutuamente, os sons aprendidos individualmente.

A cadeia falada, com sua combinatória complexa, é exatamente o coração
do método, e o estudante colocará em prática seus sucessos isolados prolongando-os em frases naturais; curtas primeiro, depois mais longas e, enfim, com nuances.

A isso se acrescentam técnicas adequadas a ajudar o estudante a atingir o ideal com o qual ele sonha – e o professor com ele – tais como a modificação e os processos sensitivos.

A correção fonética encontra aqui sua formulação ou seu encaminhamento ideal: discriminação auditiva, informação visual e desenvolvimento do sentido sinestésico, produção de sons isolados e, sobretudo, inserção desses sons no ritmo, na entonação e na combinatória frásica próprias da língua-alvo.

Esta é, fundamentalmente, a base sobre a qual o autor apoia seu método, enriquecendo-o com técnicas e receitas adjuvantes, engenhosas e muito úteis em várias ocasiões.

O tratado que propõe Jean-Guy LeBel é rico de exemplos e pontos de vista pessoais, ou ainda, de críticas ou referências às obras dos colegas; a apresentação é clara, bem ilustrada e bem ampliada.

É, ao mesmo tempo, uma obra prática e de síntese, com uma riqueza de conteúdo que será de grande ajuda para professores, assim como para estudantes avançados.

Enfim, Tratado De Correção Fonética Pontual integra de maneira harmoniosa os conhecimentos válidos dos últimos vinte e cinco anos (desde 1965, portanto) e a experiência do autor, para chegar a um produto equilibrado, destinado, acreditamos, a uma bela carreira.