O Mestre ignorante: Cinco lições sobre a emancipação intelectual, de autoria de Jacques Rancière, é uma obra de cunho filosófico e traz-nos importantes reflexões sobre a emancipação intelectual dos indivíduos, discutida através da relação entre a educação e a pedagogia, pois “todos os homens têm igual inteligência” e a instrução é como a liberdade, ou seja, não é uma dádiva, precisa de ser conquistada. É um livro que aborda questões fundamentais sobre o ensino, com proeminência ao método “panecastic”, ou educação universal, desenvolvido pelo pedagogo Joseph Jacotot, que considerou o caminho para emancipação intelectual. O livro utiliza uma linguagem que está ancorada numa cultura social e filosófica.
Pode ser considerado como um dos clássicos do pensamento político do século XIX e, por que não dizer, um manifesto político da época.
A história da pedagogia decerto conhece suas extravagâncias. E, estas, por tanto quanto se devem à própria estranheza da relação pedagógica, foram frequentemente mais instrutivas do que as proposições mais racionais.No entanto, no caso de Joseph Jacotot, o que está em jogo é bem mais do que apenas um artigo, entre tantos, no grande museu de curiosidades pedagógicas. Pois trata-se, aqui, de uma voz solitária que, em um momento vital da constituição dos ideais, das práticas e das instituições que ainda governam nosso presente, ergueu-se como uma dissonância inaudita — como uma dessas dissonâncias a partir das quais não se pode mais construir qualquer harmonia da instituição pedagógica e que, portanto, é preciso esquecer, para poder continuar a edificar escolas, programas e pedagogias, mas, também, como uma dessas dissonâncias que, em certos momentos, talvez seja preciso escutar ainda,para que o ato de ensinar jamais perca inteiramente a consciência dos paradoxos que lhe fornecem sentido.
Revolucionário na França de 1789, exilado nos Países Baixos quando da restauração da monarquia, Joseph Jacotot foi levado a tomar a palavra no exato momento em que se instala toda uma lógica de pensamento que poderia ser assim resumida: acabar a revolução,no duplo sentido da palavra: por um termo em suas desordens, realizando a necessária transformação das instituições e mentalidades de que foi a encarnação antecipada e fantasmática; passar da fase das febres igualitárias e das desordens revolucionárias à constituição de uma nova ordem de sociedades e governos que conciliasse o progresso, sem o qual as sociedades perdem o elã, e a ordem, sem a qual elas se precipitam de crise em crise.
O Mestre Ignorante: Cinco Lições Sobre A Emancipação Intelectual
- Educação, Filosofia, Pedagogia
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