Isabel Rocha De Siqueira & Paulo Esteves (Orgs.) – O Desenvolvimento Que Queremos: Bolsa Família Como Aprendizado Para Uma Nova Agenda
A obra reúne colaborações transcritas e artigos oferecidos pelos palestrantes do evento “O Desenvolvimento que Queremos: Bolsa Família e Os Amores e Ódio do Brasil”, sediado pelo Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, em maio de 2017.
O debate se iniciou a partir de uma reflexão sobre o desenvolvimento do país, pensando o Bolsa Família.
Por que desenvolvimento? Porque acredito que, ao fim e ao cabo, as crises do momento são frutos de um embate sempre presente entre modelos diversos de desenvolvimento e aqueles que os simbolizam no debate público.
Emprego, previdência, crescimento econômico, segurança, cidadania, direito à saúde e à educação, direito à cidade, meio ambiente e qualidade de vida são todos motes dos estudos de desenvolvimento.
Entre eles há um mundo de trabalhos da sociologia, da antropologia, da economia, do serviço social, da ciência política e das relações internacionais. Em poucos campos, na academia e talvez na vida política, há tamanho entrecruzamento e tanta interdisciplinaridade.
E esses são debates correntes, em constante transformação. Não são e não podem ser, portanto, apartados do clima político atual. O desenvolvimento que queremos pode variar em conteúdo, mas é necessariamente construído e essa construção deve ser conjunta.
Por que o Bolsa Família? Quando o debate público se torna polarizado para além de conversas construtivas, torna-se difícil enxergar erros e acertos com clareza com a miopia exacerbada do preto-e-branco.
O Programa Bolsa Família (PBF) não é o único projeto de proteção social brasileiro, nem de longe; não está, tampouco, sozinho no mundo – muitos países têm programas de transferência de renda.
Dentre esses, porém, o PBF é um dos mais estudados no mundo. Os resultados são em geral muito positivos e o programa custa uma parcela muito pequena do PIB nacional. No entanto, poucas ações de política pública acarretam respostas tão automáticas e tão passionais da/o cidadã/o média/o, muitas vezes desinformada/o dos resultados mais importantes do programa.
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