A Insurreição Comunista De 1935

A publicação de estudos sobre a História do Brasil Contemporâneo nos últimos anos tem sido bastante significativa. Esse processo de autoexame nacional tem contribuído muito para a compreensão da sociedade brasileira.

Mesmo assim, apesar de contribuições expressivas em muitas áreas, muito resta a fazer. Há acontecimentos históricos de inegável importância que não foram suficientemente estudados, e entre eles situamos a Insurreição de 23 de novembro de 1935 em Natal, no Rio Grande do Norte.
Este trabalho pretende preencher uma lacuna nesse sentido. Sua tese central é de que o Levante do 21º Batalhão de Caçadores em Natal foi articulado, organizado e dirigido pelo Partido Comunista e não pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), como pretende majoritariamente a bibliografia que trata do tema, e que o levante e seu êxito, mesmo que fugaz, só podem ser compreendidos inseridos na conjuntura política do estado naquele momento; ou seja, a especificidade regional será um dos fatores explicativos. No entanto, como se tratava da articulação de um Levante nacional, precipitado em Natal, que desorganizou a articulação do movimento em nível nacional, provocando o desencadeamento de Levantes similares em Pernambuco – Recife, Jaboatão, Olinda e Limoeiro – e Rio de Janeiro (unidades militares do Exército), torna-se necessário uma contextualização mais geral, situando seus principais protagonistas.
Um aspecto que destacamos neste trabalho é que havia efetivamente uma preparação para um Levante nos quartéis do Exército nas capitais do Nordeste (que não recebeu a devida atenção da bibliografia sobre o tema), frustrados com a precipitação do Levante de Natal.
Afirmamos que o Levante foi articulado pelo Partido Comunista, e a referência ao partido nos parece fundamental: em nível mais geral, o partido não ofereceu, ao longo do tempo, um exame desse acontecimento, ostentando, como disse Marco Aurélio Garcia,
um constrangido silêncio no curso de sua história e com isto demonstrando uma enorme dificuldade em enfrentar esse problema e em oferecer uma honesta e corajosa autocrítica [...] até hoje incapaz de ter oferecido um balanço sistemático de um acontecimento cuja importância transcende de muito a História do Brasil contemporâneo.

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A publicação de estudos sobre a História do Brasil Contemporâneo nos últimos anos tem sido bastante significativa. Esse processo de autoexame nacional tem contribuído muito para a compreensão da sociedade brasileira. Mesmo assim, apesar de contribuições expressivas em muitas áreas, muito resta a fazer. Há acontecimentos históricos de inegável importância que não foram suficientemente estudados, e entre eles situamos a Insurreição de 23 de novembro de 1935 em Natal, no Rio Grande do Norte.
Este trabalho pretende preencher uma lacuna nesse sentido. Sua tese central é de que o Levante do 21º Batalhão de Caçadores em Natal foi articulado, organizado e dirigido pelo Partido Comunista e não pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), como pretende majoritariamente a bibliografia que trata do tema, e que o levante e seu êxito, mesmo que fugaz, só podem ser compreendidos inseridos na conjuntura política do estado naquele momento; ou seja, a especificidade regional será um dos fatores explicativos. No entanto, como se tratava da articulação de um Levante nacional, precipitado em Natal, que desorganizou a articulação do movimento em nível nacional, provocando o desencadeamento de Levantes similares em Pernambuco – Recife, Jaboatão, Olinda e Limoeiro – e Rio de Janeiro (unidades militares do Exército), torna-se necessário uma contextualização mais geral, situando seus principais protagonistas.
Um aspecto que destacamos neste trabalho é que havia efetivamente uma preparação para um Levante nos quartéis do Exército nas capitais do Nordeste (que não recebeu a devida atenção da bibliografia sobre o tema), frustrados com a precipitação do Levante de Natal.
Afirmamos que o Levante foi articulado pelo Partido Comunista, e a referência ao partido nos parece fundamental: em nível mais geral, o partido não ofereceu, ao longo do tempo, um exame desse acontecimento, ostentando, como disse Marco Aurélio Garcia,
um constrangido silêncio no curso de sua história e com isto demonstrando uma enorme dificuldade em enfrentar esse problema e em oferecer uma honesta e corajosa autocrítica […] até hoje incapaz de ter oferecido um balanço sistemático de um acontecimento cuja importância transcende de muito a História do Brasil contemporâneo.

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