Hilda Hilst – Da Prosa
Em 1950, aos vinte anos de idade, Hilda Hilst lançou seu primeiro livro de poesia, Presságio, dando início a uma vasta obra poética que se estenderia por 45 anos.
Sua intensa porém breve produção para o teatro teria início e fim na segunda metade da década de 1960, quando, instalada na lendária Casa do Sol, a autora deixou de lado a atribulada vida paulistana para se dedicar integralmente à escrita.
Sua estreia na ficção, no entanto, aconteceria em 1970, com Fluxo-floema, celebrado título que foge às categorias fáceis: ao longo de cinco textos de prosa com alta voltagem poética, a autora revela seu talento extraordinário.
Em Da Prosa, este e todos os outros títulos da lavra ficcional da autora de Rútilo nada aparecem reunidos pela primeira vez. A cada página, o leitor pode notar como a escrita de Hilda, que nos anos 1990 daria “adeus à literatura séria” para se dedicar a sua trilogia erótica, se mantém profundamente autêntica, transgressora e, sobretudo, atual.
Em caixa com dois volumes, esta edição inclui textos inéditos de Daniel Galera e Carola Saavedra — dois aclamados escritores da nova geração, leitores e admiradores de Hilda — e de Alcir Pécora, que organizou a obra da escritora nos anos 2000 para a editora Globo.
Da Prosa reúne os livros Fluxo-floema (1970), Kadosh (1973), Pequenos discursos. E um grande (1977), Tu não te moves de ti (1980), A obscena senhora D (1982), Com meus olhos de cão (1986), O caderno rosa de Lori Lamby (1990), Contos d’escárnio — Textos grotescos (1990), Cartas de um sedutor (1991), Rútilo nada (1993) e Estar sendo. Ter sido (1997).
Nascida em Jaú (SP) em 1930, formou-se em Direito pela USP e, aos 35 anos de idade, mudou-se para a chácara Casa do Sol, próxima a Campinas. Lá, na companhia de dezenas de cachorros, ela se dedicou integralmente à criação literária, entre livros de poesia, ficção e peças de teatro.
Nos anos 1990, irritada com o parco alcance de sua escrita, anunciou o “adeus à literatura séria” e inaugurou a fase pornográfica, com os títulos que integrariam a polêmica “tetralogia obscena”. Hilda morreu em 2004, em Campinas. É a autora homenageada da Flip em 2018.
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