Henryk Sienkiewicz – Quo Vadis
Henryk Sienkiewicz, escritor polonês, apresenta neste livro a Roma dos Césares, o contraste entre o paganismo requintado mas gangrenado pelo orgulho e o cristianismo humilde e fervoroso, que cresce entre o egoísmo e o amor.
O autor apresenta Nero, em breves traços, descrevendo sua mania de grandeza e todos os seus caprichos cruéis.
A expressão “Quo vadis, Domine?” (Aonde vais, Senhor?) provém de uma tradição cristã, registrada em livros apócrifos, segundo a qual, Jesus apareceu a Pedro, que deixava Roma para escapar à perseguição de Nero, e quando indagado pelo apóstolo: “Aonde vais, Senhor?”, respondeu-lhe: “Já que abandonas o meu povo, vou a Roma para ser crucificado, outra vez”.
A trama principal do romance centra-se na história de amor entre Vinícius e Lígia (aliás, Calina), duas pessoas que pertencem a mundos diferentes. O romance entre os dois exerce forte influência sobre o desenvolvimento da ação, com momentos marcantes como a tentativa de sequestro de Lígia e sua salvação milagrosa no confronto de Ursus com o touro, no circo.
A vitória do homem contra o animal na arena imprime um final feliz à história – bem ao agrado da maioria dos leitores – porque, nesse momento, o povo se afasta de Nero e se coloca a favor dos cristãos.
O Nero de Sienkiewicz é uma caricatura, deliberadamente ridícula, do personagem histórico. Ele é descrito como um tirano que, além de se comprazer com a crueldade, imagina-se um grande poeta e cantor, chegando ao cúmulo de incendiar Roma para obter inspiração semelhante a de Homero ao retratar o incêndio de Troia.
Figura-chave na obra é Petrônio, patrício romano e conselheiro de Nero, homem de bom gosto e elegância, incluído no romance como um símbolo da cultura clássica. Sua morte (suicídio nos braços da amada) é bem emblemática, tendo em vista a doutrina epicurista que ele cultiva.
Quanto ao personagem mais degradante do romance, Chilonides Chilo – cuja ambição o leva a trair até aqueles que lhe ofereceram a mão em momentos difíceis – sua conversão, à hora da morte, proclama o cristianismo como esperança de salvação, ao alcance até dos mais vís, desde que se arrependam e abracem a crença no Cristo, redentor da Humanidade.
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