A Educação Sentimental

Gustave Flaubert - A Educação Sentimental

Setembro de 1840. O navio La Ville-de-Montereau parte pelo rio Sena em direção a Paris. A bordo se encontra Frédéric Moreau, jovem que sonha com os sucessos que o aguardam em sua futura vida na capital francesa.

Mas seu destino começa a se desenrolar ainda durante a viagem, quando pousa os olhos pela primeira vez na sra. Arnoux.

Considerado por muitos a obra prima de Flaubert, A Educação Sentimental retraça a história de um jovem ávido por amor, riqueza e glória, mas que, em uma época de profundas turbulências políticas e sociais, cujo apogeu é a Revolução de 1848, revela-se incapaz de se engajar em uma causa.

O título engana. A Educação Sentimental pode sugerir ao leitor desavisado que se trata de um texto carregado de lições de moral. Mas não. Este é o romance mais político de Gustave Flaubert.

Não necessariamente pelo caráter de seu protagonista. Frédéric Moreau é o jovem provinciano que chega a Paris cheio de sonhos romanescos, herdeiro da considerável fortuna de um tio distante. Por que não haveria de imaginar que o dinheiro, que lhe caiu como que vindo do céu, lhe daria os recursos necessários para realizar tais sonhos?

Só que os sonhos de Frédéric não se transformam em projetos. Se Flaubert fosse apenas um grande escritor realista da segunda metade do século XIX, como Balzac, como Dickens, a fantasia do protagonista teria alguma chance de se realizar.

Depois de passar por alguns descaminhos, Frédéric se tornaria um ricaço benfeitor dos pobres; seria um personagem em conformidade com a fase de sensibilidade para as desigualdades sociais que se inaugurou (pelo menos para uma parcela dos parisienses) durante a derrocada da monarquia francesa depois da queda de Luís Filipe. Volto a esse ponto.

Mas o protagonista de A Educação Sentimental, romance publicado treze anos depois do inigualável Madame Bovary, também é — apesar da diferença de sexo — um bovarista.

Assim como Emma, Frédéric não é capaz de estabelecer nenhuma relação estratégica entre seus projetos grandiosos e sua condição de pequeno-burguês provinciano (mais uma vez…!), sonhador e ingênuo diante do jogo de conveniências que ainda regia o que restava da vida em torno da corte, por volta de 1840.

 

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Gustave Flaubert – A Educação Sentimental

Setembro de 1840. O navio La Ville-de-Montereau parte pelo rio Sena em direção a Paris. A bordo se encontra Frédéric Moreau, jovem que sonha com os sucessos que o aguardam em sua futura vida na capital francesa.

Mas seu destino começa a se desenrolar ainda durante a viagem, quando pousa os olhos pela primeira vez na sra. Arnoux.

Considerado por muitos a obra prima de Flaubert, A Educação Sentimental retraça a história de um jovem ávido por amor, riqueza e glória, mas que, em uma época de profundas turbulências políticas e sociais, cujo apogeu é a Revolução de 1848, revela-se incapaz de se engajar em uma causa.

O título engana. A Educação Sentimental pode sugerir ao leitor desavisado que se trata de um texto carregado de lições de moral. Mas não. Este é o romance mais político de Gustave Flaubert.

Não necessariamente pelo caráter de seu protagonista. Frédéric Moreau é o jovem provinciano que chega a Paris cheio de sonhos romanescos, herdeiro da considerável fortuna de um tio distante. Por que não haveria de imaginar que o dinheiro, que lhe caiu como que vindo do céu, lhe daria os recursos necessários para realizar tais sonhos?

Só que os sonhos de Frédéric não se transformam em projetos. Se Flaubert fosse apenas um grande escritor realista da segunda metade do século XIX, como Balzac, como Dickens, a fantasia do protagonista teria alguma chance de se realizar.

Depois de passar por alguns descaminhos, Frédéric se tornaria um ricaço benfeitor dos pobres; seria um personagem em conformidade com a fase de sensibilidade para as desigualdades sociais que se inaugurou (pelo menos para uma parcela dos parisienses) durante a derrocada da monarquia francesa depois da queda de Luís Filipe. Volto a esse ponto.

Mas o protagonista de A Educação Sentimental, romance publicado treze anos depois do inigualável Madame Bovary, também é — apesar da diferença de sexo — um bovarista.

Assim como Emma, Frédéric não é capaz de estabelecer nenhuma relação estratégica entre seus projetos grandiosos e sua condição de pequeno-burguês provinciano (mais uma vez…!), sonhador e ingênuo diante do jogo de conveniências que ainda regia o que restava da vida em torno da corte, por volta de 1840.

 

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