Mito E Verdade Da Revolução Brasileira

Mito e verdade da revolução brasileira é retrato do clima intelectual e político do início da década de sessenta e condensa, sobretudo, a intensa polêmica no interior da esquerda entre os socialistas e os nacionalistas, capítulo incluso da Revolução Brasileira.

Não cometo injustiça em dizer que Guerreiro Ramos era o intelectual mais importante do país antes da ditadura; era também a cabeça pensante mais importante e fecunda do trabalhismo brasileiro e do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros).

O movimento emancipador do Brasil está ameaçado de grave desnaturação por duas debilidades que o acometem; uma de ordem cultural; outra de natureza organizacional. Vivem largamente os que pretendem liderá-lo de teorias de empréstimo e de ficções literárias e conceituais, que não traduzem, com o mínimo de exatidão requerida, as tendências concretas do processo brasileiro, em sua presente etapa. Além disso, nele surgiram aparelhos que forcejam por empolgá-lo e substituir as suas exigências por critérios grupistas. A tentativa de contribuir para que a consciência nacional se aperceba dessa situação é extremamente arriscada.
A crítica de revolução produz grandes dividendos no Brasil de hoje, para aqueles que a fazem do ponto de vista da direita. Existem mesmo agências de financiamento destinadas a encorajá-la. Carreiras políticas, pequenas e médias fortunas têm sido feitas à custa das prodigalidades dessas agências. Todavia, a crítica da revolução, do ponto de vista da esquerda, além de toda sorte de ônus, acarreta inauditos danos morais. A história contemporânea da revolução está aí para provar que essa espécie de crítica é ingrata. Os que a fizeram foram "renegados" ou liquidados moral, quando não fisicamente, pelos filisteus travestidos de guardiães da pureza revolucionária. Rosa Luxemburgo, Sultan Galiev, Trotsky, Nagy, Lukacs foram vítimas daquele capricho da revolução, que espantou a Albert Camus, e que consiste em converter, em nome da filosofia, assassinos e aventureiros em juízes da história.
Neste livro, faço a crítica revolucionária da revolução brasileira, com pleno conhecimento desses episódios e clara consciência dos perigos a que me exponho. Mas a lógica de minha presente situação vital é inexorável e, assim, mais poderosa do que as minhas propensões à comodidade. Nas circunstâncias atuais de minha vida, escrever este livro é um ponto de honra.

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é retrato do clima intelectual e político do início da década de sessenta e condensa, sobretudo, a intensa polêmica no interior da esquerda entre os socialistas e os nacionalistas, capítulo incluso da Revolução Brasileira. Não cometo injustiça em dizer que Guerreiro Ramos era o intelectual mais importante do país antes da ditadura; era também a cabeça pensante mais importante e fecunda do trabalhismo brasileiro e do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros).

O movimento emancipador do Brasil está ameaçado de grave desnaturação por duas debilidades que o acometem; uma de ordem cultural; outra de natureza organizacional. Vivem largamente os que pretendem liderá-lo de teorias de empréstimo e de ficções literárias e conceituais, que não traduzem, com o mínimo de exatidão requerida, as tendências concretas do processo brasileiro, em sua presente etapa. Além disso, nele surgiram aparelhos que forcejam por empolgá-lo e substituir as suas exigências por critérios grupistas. A tentativa de contribuir para que a consciência nacional se aperceba dessa situação é extremamente arriscada.
A crítica de revolução produz grandes dividendos no Brasil de hoje, para aqueles que a fazem do ponto de vista da direita. Existem mesmo agências de financiamento destinadas a encorajá-la. Carreiras políticas, pequenas e médias fortunas têm sido feitas à custa das prodigalidades dessas agências. Todavia, a crítica da revolução, do ponto de vista da esquerda, além de toda sorte de ônus, acarreta inauditos danos morais. A história contemporânea da revolução está aí para provar que essa espécie de crítica é ingrata. Os que a fizeram foram “renegados” ou liquidados moral, quando não fisicamente, pelos filisteus travestidos de guardiães da pureza revolucionária. Rosa Luxemburgo, Sultan Galiev, Trotsky, Nagy, Lukacs foram vítimas daquele capricho da revolução, que espantou a Albert Camus, e que consiste em converter, em nome da filosofia, assassinos e aventureiros em juízes da história.
Neste livro, faço a crítica revolucionária da revolução brasileira, com pleno conhecimento desses episódios e clara consciência dos perigos a que me exponho. Mas a lógica de minha presente situação vital é inexorável e, assim, mais poderosa do que as minhas propensões à comodidade. Nas circunstâncias atuais de minha vida, escrever este livro é um ponto de honra.

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