A Mulher-Cineasta

Que o feminino tem uma presença avassaladora no cinema desde os seus primórdios, isso todos o sabemos, e não é, só por si, a principal questão abordada neste livro. O problema é o de saber qual o lugar que aí, no cinema, a mulher tem ocupado.

E se, no cinema, se trata sempre de um olhar que sobre o mundo da vida se lança, a pergunta é a de saber o que nesse olhar se vê. Ao que é que ele está atento.
Grandes cineastas — Bergman, Antonioni, por exemplo — fizeram-nos ver o feminino através dos seus filmes. Mas quem é esse feminino que eles viram e nos fizeram ver? Se é certo que o cinema no masculino, isto é, feito e visto por homens, está desde sempre atento ao feminino — nomeadamente a todos os seus clichés imaginários — a que feminilidade está ele particularmente atento?
Sobre esta questão já Laura Mulvey nos ensinou bastante. Muito desse ensinamento foi retido pela autora na sua investigação. Mas a questão que a anima está para além disso. Trata-se de interrogar o olhar feminino posto no cinema. O feminino que esse olhar vê e o(s) feminino(s) com que se fazem os filmes pelas mulheres cineastas. Tudo centrado no caso português, onde o olhar cinematográfico no feminino quase sempre escasseou, como em todo o lado.
Sendo o cinema, e particularmente o “cinema ficção” — o mesmo é dizer “cinema narrativo” — um meio privilegiado para as projecções do/a expectador/a, não será de espantar que, nas suas narrativas, se reflictam distintas visões do mundo e que, nestas, o olhar feminino se exerça diferentemente sobre o mundo da vida, mostrando, porventura, o que é invisível a um olhar e a uma vivência no masculino.
A autora, ao abordar estes temas, apoia-se numa dupla fundamentação: por um lado, a do cinema, e particularmente do cinema português, cujo conhecimento só muito recentemente tem sido mais aprofundado por toda uma nova geração de investigadores em que o seu nome se destaca.
Por outro, uma investigação prévia em que procurou sobretudo melhor compreender a relação entre media e gender studies. Foi isso que a levou a dedicar uma particular atenção à até então pouco pensada presença da mulher na elaboração do cinema português.

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Que o feminino tem uma presença avassaladora no cinema desde os seus primórdios, isso todos o sabemos, e não é, só por si, a principal questão abordada neste livro. O problema é o de saber qual o lugar que aí, no cinema, a mulher tem ocupado. E se, no cinema, se trata sempre de um olhar que sobre o mundo da vida se lança, a pergunta é a de saber o que nesse olhar se vê. Ao que é que ele está atento.
Grandes cineastas — Bergman, Antonioni, por exemplo — fizeram-nos ver o feminino através dos seus filmes. Mas quem é esse feminino que eles viram e nos fizeram ver? Se é certo que o cinema no masculino, isto é, feito e visto por homens, está desde sempre atento ao feminino — nomeadamente a todos os seus clichés imaginários — a que feminilidade está ele particularmente atento?
Sobre esta questão já Laura Mulvey nos ensinou bastante. Muito desse ensinamento foi retido pela autora na sua investigação. Mas a questão que a anima está para além disso. Trata-se de interrogar o olhar feminino posto no cinema. O feminino que esse olhar vê e o(s) feminino(s) com que se fazem os filmes pelas mulheres cineastas. Tudo centrado no caso português, onde o olhar cinematográfico no feminino quase sempre escasseou, como em todo o lado.
Sendo o cinema, e particularmente o “cinema ficção” — o mesmo é dizer “cinema narrativo” — um meio privilegiado para as projecções do/a expectador/a, não será de espantar que, nas suas narrativas, se reflictam distintas visões do mundo e que, nestas, o olhar feminino se exerça diferentemente sobre o mundo da vida, mostrando, porventura, o que é invisível a um olhar e a uma vivência no masculino.
A autora, ao abordar estes temas, apoia-se numa dupla fundamentação: por um lado, a do cinema, e particularmente do cinema português, cujo conhecimento só muito recentemente tem sido mais aprofundado por toda uma nova geração de investigadores em que o seu nome se destaca.
Por outro, uma investigação prévia em que procurou sobretudo melhor compreender a relação entre media e gender studies. Foi isso que a levou a dedicar uma particular atenção à até então pouco pensada presença da mulher na elaboração do cinema português.

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