Viver Na Cidade tem por objetivo (re)construir (uma)a história da cidade de Cáceres/MT, na primeira metade do século XX, a partir das narrativas orais de seus/suas moradores/moradoras, e para isso ela se encontra estruturada em três movimentos.
No primeiro, proponho-me a compreender como os/as moradores/moradoras da urbe, especialmente a elite e os administradores públicos, interpretaram os discursos de modernização/ modernidade, bem como (re)construo o espaço urbano de Cáceres a partir das perspectivas dos/das moradores/moradoras.
O segundo movimento deu-se no intuito de analisar as mais diversas sociabilidades vivenciadas e/ou experienciadas pelos citadinos, apontando também os jogos de interesses embutidos nessas interações, além de demonstrar a segregação cultural e social das categorias menos favorecidas economicamente, mediante várias medidas instituídas, sobretudo, pela elite.
E, por fim, apresento algumas práticas educativas e o processo de escolarização em Cáceres, tomando por base a memória de ex-alunos/alunas acerca dessas questões.
O objetivo foi produzir uma história da urbe através das percepções e concepções de seus/suas moradores/moradoras, em sua grande maioria pertencentes à elite, sem, contudo, ter a preocupação de produzir uma nova história sobre ela ou tecer críticas sobre alguns trabalhos produzidos. Buscou-se ao longo de toda a pesquisa escrever uma versão plausível sobre Cáceres, dando visibilidade aos sujeitos que a constituíam e constituem.
Este projeto reuniu depoimentos de pessoas residentes em Cáceres que, na época, contavam com idade acima de 60 anos e falaram de suas experiências de vida. No total foram entrevistadas dezoito pessoas: dez homens e oito mulheres. Grande parte dos/as entrevistados/as são pessoas que conquistaram influência política e poderio econômico.
O projeto foi desenvolvido entre os anos de 2005 e 2007, portanto, a idade dos/das entrevistados/as que aparecem ao longo da obra refere-se àquela que tinham na época das entrevistas.
Sendo assim, esta obra tem a intenção de dar visibilidade a alguns aspectos da história de Cáceres, ainda desconhecidos por grande parte de seus/suas moradores/moradoras atuais e/ou mais jovens. Fica o convite ao leitor, para que conheça uma das muitas histórias que podem ser contadas e/ou escritas sobre a “Princesinha do Paraguai”.
