A Filosofia De Gabriel Marcel

Gabriel Marcel (1889-1973) projeta, inequivocamente, no cenário intelectual que recobre boa parte do século passado uma obra que desafia o nosso tempo.

Dramaturgo, crítico literário, músico e, no sentido mais profundamente engajado, filósofo, Gabriel Marcel (1889-1973) projeta, inequivocamente, no cenário intelectual que recobre boa parte do século passado uma obra que desafia, intrepidamente, o nosso tempo, em plena virada de século.

Essas aptidões todas conjugam, nesse insigne mestre, um interesse que atravessa, de ponta a ponta, as suas reflexões: o sentido último da existência.

O tema da vida é uma constante na obra desse autor que já, por volta dos 25 anos, sente, na pele, os horrores da Guerra. O seu trabalho como voluntário junto à Cruz Vermelha marca, indelevelmente, não só sua vida pessoal, mas um percurso intelectual que impactará toda uma geração de pensadores, especialmente, em solo francês.

Testemunhos disso são os seus escritos que, cada vez mais, põem forte acento na dimensão filosoficamente profunda do existir, interpelando questões como a finitude, o homem, o corpo, a intersubjetividade, em suma, o mistério da vida.

Para quem viveu entre duas grandes guerras, assistindo, inclusive, o surgimento de regimes totalitários como o nazismo, resta, portanto, uma pergunta: ainda há esperança?

Gabriel Marcel se coloca, sem sombra de dúvida, numa posição dramaticamente sensível quanto a esse crucial ponto de interrogação. Ele passa a ensaiar uma possível resposta entrecruzando, permanentemente, numa espécie de relação circular, filosofia, dramaturgia e teologia.

Do ponto de vista filosófico, ele interroga, desde os Fragments Philosophiques (1909- 1914) (Fragmentos Filosóficos / 1909-1914), passando pelo Journal Métaphysique (Diário Metafísico/1927), Être et Avoir (Ser e Ter/1935) e Le Mystère de l’Être (O Mistério do Ser/1951), para ficar só com esses trabalhos, a situação humana lançando as bases daquilo que se convencionou chamar, na França, de “existencialismo” ou “filosofia da existência”, muito embora, ele próprio, guardasse fortes reservas quanto a essas terminologias ou etiquetas. O que, esses livros, entre outros, projetam, são um longo alcance reflexivo.

Fato é que Gabriel Marcel põe, em questão, a tradição do idealismo na qual, inclusive, se formara a fim de superar certo “espírito de abstração” no qual a filosofia deixou se sugestionar ao incorporar o modelo epistemológico próprio das ciências.

A ciência trabalha, em rigor, com “problemas” visando “solucioná-los”; já a filosofia, ao contrário, se debruça com outra ordem de experiência, a do “mistério”.

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Gabriel Marcel (1889-1973) projeta, inequivocamente, no cenário intelectual que recobre boa parte do século passado uma obra que desafia o nosso tempo.

Dramaturgo, crítico literário, músico e, no sentido mais profundamente engajado, filósofo, Gabriel Marcel (1889-1973) projeta, inequivocamente, no cenário intelectual que recobre boa parte do século passado uma obra que desafia, intrepidamente, o nosso tempo, em plena virada de século.

Essas aptidões todas conjugam, nesse insigne mestre, um interesse que atravessa, de ponta a ponta, as suas reflexões: o sentido último da existência.

O tema da vida é uma constante na obra desse autor que já, por volta dos 25 anos, sente, na pele, os horrores da Guerra. O seu trabalho como voluntário junto à Cruz Vermelha marca, indelevelmente, não só sua vida pessoal, mas um percurso intelectual que impactará toda uma geração de pensadores, especialmente, em solo francês.

Testemunhos disso são os seus escritos que, cada vez mais, põem forte acento na dimensão filosoficamente profunda do existir, interpelando questões como a finitude, o homem, o corpo, a intersubjetividade, em suma, o mistério da vida.

Para quem viveu entre duas grandes guerras, assistindo, inclusive, o surgimento de regimes totalitários como o nazismo, resta, portanto, uma pergunta: ainda há esperança?

Gabriel Marcel se coloca, sem sombra de dúvida, numa posição dramaticamente sensível quanto a esse crucial ponto de interrogação. Ele passa a ensaiar uma possível resposta entrecruzando, permanentemente, numa espécie de relação circular, filosofia, dramaturgia e teologia.

Do ponto de vista filosófico, ele interroga, desde os Fragments Philosophiques (1909- 1914) (Fragmentos Filosóficos / 1909-1914), passando pelo Journal Métaphysique (Diário Metafísico/1927), Être et Avoir (Ser e Ter/1935) e Le Mystère de l’Être (O Mistério do Ser/1951), para ficar só com esses trabalhos, a situação humana lançando as bases daquilo que se convencionou chamar, na França, de “existencialismo” ou “filosofia da existência”, muito embora, ele próprio, guardasse fortes reservas quanto a essas terminologias ou etiquetas. O que, esses livros, entre outros, projetam, são um longo alcance reflexivo.

Fato é que Gabriel Marcel põe, em questão, a tradição do idealismo na qual, inclusive, se formara a fim de superar certo “espírito de abstração” no qual a filosofia deixou se sugestionar ao incorporar o modelo epistemológico próprio das ciências.

A ciência trabalha, em rigor, com “problemas” visando “solucioná-los”; já a filosofia, ao contrário, se debruça com outra ordem de experiência, a do “mistério”.

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