
Este volume, agora, consiste na continuidade de pesquisa sobre as tipologias arquitetônicas em Juiz de Fora, com o intuito de contribuir para a historiografia arquitetônica e urbanística da cidade, ampliando seu acervo sobre a memória e a cultura na vida contemporânea, pois o viver na cidade se tornou um fato nas últimas décadas, não só no Brasil, mas no mundo como um todo. A outrora dicotomia entre campo e cidade perdeu contornos de polaridades pela preponderância da vida urbana.
Entretanto, viver na cidade não significa viver da mesma forma, como se há de supor. Se antes, campo e cidade eram paradigmas mais seguros para generalizações, hoje, pensar a abrangência do termo cidade inclui pensar em identidade, aspecto que sempre se constitui como síntese mais forte de qualquer lugar.
A literatura está cheia de exemplos clássicos de autores consagrados na arte de pormenorizar cidades e, consequentemente, modos de vida reais e imaginários, como Ítalo Calvino, Charles Baudelaire, João do Rio e, em Juiz de Fora, Murilo Mendes e Pedro Nava, entre outros.
Nesta nova edição damos continuidade abordando aspectos do ambiente construído de Juiz de Fora, não para se constituir um relato literário de um lugar, mas como forma de avançar na compreensão do espaço urbano por meio da Arquitetura e do Urbanismo. Ou seja, destacar determinadas tipologias arquitetônicas como um conjunto de construções de mesmo tema ou uso que, ao se inserirem na cidade, ajudam a contar mais sobre as múltiplas relações da sociedade com seu espaço.
A cidade vai aos poucos sendo construída e constantemente reconstruída para abrigar desejos, anseios, necessidades e urgências de uma população. Bem como, não podemos nos esquecer, da cidade que se destrói ou não se constrói, do que dá certo e dá errado nesses resultados, logo, da evidência das decisões e indecisões que fazem parte da dinâmica complexa da cidade nas suas esferas pública e política.