Francisco Wildson Confessor & Kamyla Álvares Pinto (Orgs.) – Café Frio E Outros Contos

Esta coletânea de contos sob o título de Café frio e outros contos, dois anos depois da antologia A Rua da Direita e outros contos, resulta também de um concurso análogo realizado no ano de 2014.

Este novo volume, de igual modo que o seu antecessor, tem um pouco dos méritos e deméritos acima referidos, mas cremos que suas virtudes excedem de muito suas eventuais carências. Alguns contos, mesmo, chegam a se impor ao leitor de forma cativante ou arrebatadora.
Por exemplo, é impossível ler o belo conto “Caderno de noites”, de Alexandre Magnus Abrantes de Albuquerque, sem reconhecer que se trata de um texto escrito com mestria e domínio da técnica narrativa. E mais de um leitor o associará de imediato a Jorge Luis Borges, a suas bibliotecas e ao seu conto “A Biblioteca de Babel”.
A variedade temática dos contos aqui reunidos é outra grata surpresa. Veja-se, por exemplo, o conto “Café frio”, de Cefas Carvalho, e o compare com “Coração de pedra”, de Damião Gomes da Silva, ou ainda com o trepidante “Abraço, beijo e calor!”, de Paulo Medeiros de Lima, e ter-se-á uma boa medida da diversidade das histórias: a primeira, carregada de uma leve melancolia inicial, deságua num humor negro que produz uma reviravolta completa no enredo, a exemplo de um conto de Rubem Fonseca; a segunda, a história de um Dom Juan que avalia as mulheres a partir de suas semelhanças com o reino animal, tem um pouco de um Maupassant dos trópicos. A terceira sugere o ritmo de uma telenovela contemporânea, com sua sucessão frenética de episódios que parecem dotados de vida própria.
Poderíamos salientar, porém, outra faceta dos contos desta coletânea: a originalidade dos seus temas. Salienta-se aqui, de imediato, o conto “A dança dos sete véus”, de Marcos Antônio Campos, o qual, a exemplo de Damião Gomes, busca um recurso externo como baliza para sua narrativa, o número cabalístico sete, para com ele contar uma história policial urdida com as ferramentas de um minucioso ourives.

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Esta coletânea de contos sob o título de Café frio e outros contos, dois anos depois da antologia A Rua da Direita e outros contos, resulta também de um concurso análogo realizado no ano de 2014. Este novo volume, de igual modo que o seu antecessor, tem um pouco dos méritos e deméritos acima referidos, mas cremos que suas virtudes excedem de muito suas eventuais carências. Alguns contos, mesmo, chegam a se impor ao leitor de forma cativante ou arrebatadora.
Por exemplo, é impossível ler o belo conto “Caderno de noites”, de Alexandre Magnus Abrantes de Albuquerque, sem reconhecer que se trata de um texto escrito com mestria e domínio da técnica narrativa. E mais de um leitor o associará de imediato a Jorge Luis Borges, a suas bibliotecas e ao seu conto “A Biblioteca de Babel”.
A variedade temática dos contos aqui reunidos é outra grata surpresa. Veja-se, por exemplo, o conto “Café frio”, de Cefas Carvalho, e o compare com “Coração de pedra”, de Damião Gomes da Silva, ou ainda com o trepidante “Abraço, beijo e calor!”, de Paulo Medeiros de Lima, e ter-se-á uma boa medida da diversidade das histórias: a primeira, carregada de uma leve melancolia inicial, deságua num humor negro que produz uma reviravolta completa no enredo, a exemplo de um conto de Rubem Fonseca; a segunda, a história de um Dom Juan que avalia as mulheres a partir de suas semelhanças com o reino animal, tem um pouco de um Maupassant dos trópicos. A terceira sugere o ritmo de uma telenovela contemporânea, com sua sucessão frenética de episódios que parecem dotados de vida própria.
Poderíamos salientar, porém, outra faceta dos contos desta coletânea: a originalidade dos seus temas. Salienta-se aqui, de imediato, o conto “A dança dos sete véus”, de Marcos Antônio Campos, o qual, a exemplo de Damião Gomes, busca um recurso externo como baliza para sua narrativa, o número cabalístico sete, para com ele contar uma história policial urdida com as ferramentas de um minucioso ourives.

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