
O livro Por Que A Guerra?, organizado pelos professores Francisco Carlos Teixeira da Silva e Karl Schurster Sousa Leão, revela como a preocupação com o tema tem origens longínquas, remetendo a reflexões desenvolvidas de forma ininterrupta pela humanidade desde a Antiguidade, tanto no Mundo Ocidental quanto Oriental.
Os 17 capítulos da obra examinam de forma multifacetada a evolução dessas reflexões e desses estudos até os dias de hoje, incluindo visões da guerra do futuro alimentadas por projeções acadêmicas e artísticas neste início de novo milênio.
Em tempos de crescente turbulência e incerteza no sistema internacional, trata-se de obra indispensável para orientar e iluminar nossa inquietação com a “marcha da insensatez” em curso no mundo.
Este livro reúne ensaios de Aline Tedeschi da Cunha, Ángel Pablo Tello, Antônio Elíbio, Armando Bittencourt, Dilton Maynard, Francisco Carlos Teixeira da Silva, Francisco Eduardo Alves de Almeida, Gracilda Alves, Guilherme Moerbeck, José Maria Gomes de Souza Neto, Kalina Vanderlei, Karl Schurster de Sousa Leão, Marcelo Bastos de Souza, Norma Musco Mendes, Paulo Possamai, Rafael Pinheiro de Araújo e Ricardo Pereira Cabral.
A questão colocada desde o título deste livro é multimilenária. Muito possivelmente foi a guerra ou ao menos suas consequências que geraram algumas das mais antigas narrativas da humanidade.
A princípio, tradições orais, aos poucos, emergiram como nossos primeiros testemunhos escritos: a Epopeia de Gilgamesh, possivelmente datando do segundo milênio antes de Cristo, na antiga Suméria; o Pentateuco, composto por volta de 950 a.C.; a Ilíada, cuja forma literária surge por volta do século VIII a.C.; ou o Mahabharata, no século III a.C., são imensas narrativas épicas – em muitos momentos, trágicas – que representam e exaltam valores, e vícios, do caráter humano.
Entender as razões da guerra é, assim, uma constante no curso da história, da mesma forma que o seu contrário, a busca incessante da paz, também é um objetivo que “nobilizou” os primeiros nomes que, ao longo dos séculos, ficaram registrados como “heróis” civilizadores, deuses e deusas fecundadores da civilização, que ensinaram a plantar, a curar e a escrever.











