Capitalismo Dependente E Classes Sociais Na América Latina faz uma análise da posição da América Latina no ‘jogo’ do sistema capitalista. O livro apresenta três ensaios escritos entre o final dos anos 1960 e o início da década seguinte que formam uma reflexão crítica em relação ao tipo de capitalismo que se formou na região e sua estrutura marcada pelos desígnios das elites financeiras dos Estados Unidos e da Europa. Florestan Fernandes recua no tempo e mostra os primeiros passos da dominação externa exercida sobre a América Latina, recupera momentos do colonialismo e estende-se à situação histórica da região no século XX.
O clássico de Florestan Fernandes, em seus três capítulos, ajuda a compreender a situação atual através da análise das origens históricas dessa velha e persistente crise que, periodicamente, se manifesta com maior ou menor veemência.
“Padrões de Dominação Externa na América Latina”, o primeiro ensaio do livro, estuda a imposição do capitalismo na América Latina e a incapacidade de reação dos países do continente “de impedir sua incorporação dependente ao espaço econômico, cultural e político das sucessivas nações hegemônicas”.
O estudo analisa quatro tipos de dominação externa: colonialismo, controle do comércio pelas nações europeias, neocolonialismo surgido após a revolução industrial na Europa e, por fim, a expansão de grandes empresas corporativas no continente, representantes do capitalismo corporativo ou monopolista e que se apossam, por meio de mecanismos financeiros, pressão ou corrupção, do espaço ocupado anteriormente pelas empresas nativas.
A análise se detém com mais atenção e profundidade neste novo tipo de imperialismo, “destrutivo para o desenvolvimento dos países latino-americanos”, na hegemonia econômica dos Estados Unidos no continente, e na dificuldade de resolver, através do capitalismo, o que o autor chama de “o dilema latino-americano”.
“Problemas de Conceituação das Classes Sociais na América Latina” analisa a função das classes sociais no continente, a dificuldade de conceituá-las, a sua dinâmica sob o capitalismo e suas relações com o poder. Em “Sociologia, Modernização Autônoma e Revolução Social”, o autor expõe o seu pensamento sobre a função do sociólogo na evolução atual da sociedade.
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