Desumanização Na Literatura

Este livro oferece a seus leitores a possibilidade de refletir sobre várias obras literárias ainda pouco estudadas pela crítica, apontando caminhos de leitura que orientam nosso olhar crítico e nossa sensibilidade.


O que alinhava os seis ensaios que compõem a obra é o tema da desumanização, apreendido em diferentes configurações estéticas e matizes ideológicos. No primeiro ensaio, Regina Claudia Garcia Oliveira de Sousa investiga formas de representação do escravo – nomeadamente o branqueamento e a animalização – a partir da leitura de passagens de quatro obras brasileiras produzidas na segunda metade do século XIX: Gonzaga ou a Revolução de Minas, de Castro Alves; Calabar, de Agrário de Meneses; Sangue limpo, de Paulo Eiró; e As minas de prata, de José de Alencar. No segundo texto, Maria Nilda de Carvalho Mota, em “Poesia contra o caos: humanização em João Cabral de Melo Neto e José Craveirinha”, focaliza comparativamente a obra dos dois escritores, demonstrando como, em seus poemas, constrói-se a representação da capacidade de resistência do povo nordestino e moçambicano, ambos vulneráveis a severos processos de desumanização.
Na sequência, Patrícia Trindade Nakagome, em “Desumanização na cadeia, humanização pela escrita”, discute duas obras brasileiras, Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e Memórias de um sobrevivente, de Luiz Alberto Mendes, apontando como a violência institucional presente nas cadeias desumaniza os sujeitos encarcerados. Tal processo de desumanização é perspectivado pelos próprios escritores que, privados de liberdade, encontram na escrita uma possibilidade de resistência. O quarto ensaio do livro, de autoria de Mariana Santos de Assis, discute a importância da literatura no processo histórico de retomada da humanidade pelos sujeitos negros brasileiros. Para tanto, volta-se para os
processos de escrita literária na periferia de grandes cidades, observando (felizmente) que essa produção se expande na proporção em que o racismo é obrigado a recuar.
Dando continuidade às reflexões, Fernanda Massi aborda os chamados “romances policiais místico-religiosos best-sellers”, como O nome da Rosa, de Umberto Eco, e O código Da Vinci, de Dan Brown, demonstrando como a morte e a desumanização se articulam na tessitura dessas narrativas. Por fim, no último ensaio da coletânea, Marco Antonio Queiroz Silva, a partir de pressupostos teóricos relacionados à narrativa fantástica, desenvolve uma leitura do conto “Os saltitantes seres da Lua”, do brasileiro Nelson de Oliveira, buscando caracterizar o preconceito e a segregação que rebaixam e desumanizam o “outro”.

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Este livro oferece a seus leitores a possibilidade de refletir sobre várias obras literárias ainda pouco estudadas pela crítica, apontando caminhos de leitura que orientam nosso olhar crítico e nossa sensibilidade.
O que alinhava os seis ensaios que compõem a obra é o tema da desumanização, apreendido em diferentes configurações estéticas e matizes ideológicos. No primeiro ensaio, Regina Claudia Garcia Oliveira de Sousa investiga formas de representação do escravo – nomeadamente o branqueamento e a animalização – a partir da leitura de passagens de quatro obras brasileiras produzidas na segunda metade do século XIX: Gonzaga ou a Revolução de Minas, de Castro Alves; Calabar, de Agrário de Meneses; Sangue limpo, de Paulo Eiró; e As minas de prata, de José de Alencar. No segundo texto, Maria Nilda de Carvalho Mota, em “Poesia contra o caos: humanização em João Cabral de Melo Neto e José Craveirinha”, focaliza comparativamente a obra dos dois escritores, demonstrando como, em seus poemas, constrói-se a representação da capacidade de resistência do povo nordestino e moçambicano, ambos vulneráveis a severos processos de desumanização.
Na sequência, Patrícia Trindade Nakagome, em “Desumanização na cadeia, humanização pela escrita”, discute duas obras brasileiras, Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e Memórias de um sobrevivente, de Luiz Alberto Mendes, apontando como a violência institucional presente nas cadeias desumaniza os sujeitos encarcerados. Tal processo de desumanização é perspectivado pelos próprios escritores que, privados de liberdade, encontram na escrita uma possibilidade de resistência. O quarto ensaio do livro, de autoria de Mariana Santos de Assis, discute a importância da literatura no processo histórico de retomada da humanidade pelos sujeitos negros brasileiros. Para tanto, volta-se para os
processos de escrita literária na periferia de grandes cidades, observando (felizmente) que essa produção se expande na proporção em que o racismo é obrigado a recuar.
Dando continuidade às reflexões, Fernanda Massi aborda os chamados “romances policiais místico-religiosos best-sellers”, como O nome da Rosa, de Umberto Eco, e O código Da Vinci, de Dan Brown, demonstrando como a morte e a desumanização se articulam na tessitura dessas narrativas. Por fim, no último ensaio da coletânea, Marco Antonio Queiroz Silva, a partir de pressupostos teóricos relacionados à narrativa fantástica, desenvolve uma leitura do conto “Os saltitantes seres da Lua”, do brasileiro Nelson de Oliveira, buscando caracterizar o preconceito e a segregação que rebaixam e desumanizam o “outro”.

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