Condições Periféricas: Desenvolvimento Geográfico Desigual No Paraná foi originalmente apresentado como tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Geografia na Universidade Estadual de Maringá, e tem como intuito analisar o desenvolvimento geográfico desigual no Estado do Paraná a partir do conceito de produção do espaço.
A produção do espaço é o resultado de múltiplas determinações e conexões em escalas diferentes, transitando do local a dimensão global. Os estudos de Geografia devem considerar a articulação dialética entre o particular e o universal, o que permite um melhor entendimento dos processos. “Nada pode ser explicado apenas numa escala, mesmo que estejamos nos referindo à escala internacional. Toda a compreensão requer a articulação entre as escalas, ou seja, a avaliação dos modos, intensidades e arranjos, segundo os quais os movimentos se realizam”.
A produção/reprodução do espaço no modo de produção capitalista ocorre a partir da contradição entre o processo produtivo social e a propriedade privada dos meios de produção. Para a produção capitalista existir é necessário o trabalho social, no entanto o valor excedente resultado do trabalho pertence apenas aos donos dos meios de produção. Com isso, a sociedade está dividida em classes distintas e antagônicas, porém complementares para a produção/reprodução do capital e do espaço.
Sendo o espaço compreendido como produto, meio e condição da atividade dos seres humanos, não podemos considerá-lo independente e desconectado da própria sociedade, visto que é a partir das múltiplas relações e contradições existentes na sociedade que o espaço é produzido e reproduzido. A reprodução do espaço recria as condições nas quais se realizam o processo de reprodução do capital, do poder e da vida humana.
O espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia como ciência, é produto do trabalho social dos seres humanos organizados em sociedade com a finalidade de atender certas necessidades. Sobre o domínio do capital, o espaço é produzido com o interesse de multiplicação dos lucros, o que não exclui os movimentos de contestação e luta contra as hegemonias dominantes.
